Álvaro Carvalho falava aos jornalistas no final da apresentação do Relatório “Portugal – Saúde Mental em Números 2015”, segundo o qual “as benzodiazepinas mais prescritas (alprazolam e lorazepam) são das que têm maior potencial ansiolítico e, consequentemente, de tolerância e dependência”.

Em 2014, os portugueses consumiram 91.496.345 doses diárias de alprazolam e 65.851.064 de lorazepam.

O documento sublinha “a continuação do acréscimo prescritivo em todos os grupos farmacológicos, com ênfase para os antidepressores e os ansiolíticos”

“Se os primeiros não acionam qualquer alarme na comparação internacional, os segundos, que integram sobretudo benzodiazepinas, mantêm este grupo farmacológico em níveis de risco para a saúde pública”, prossegue o documento.

Para Álvaro Carvalho, uma das medidas que poderá diminuir o consumo destes medicamentos é a diminuição da sua comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), ou seja, aumentar o preço a pagar pelo consumidor.

O psiquiatra defende uma maior formação na prescrição destes medicamentos com vista a “boas práticas”.

Também o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse aos jornalistas que é preciso “refletir sobre o consumo destes fármacos”.

O governante defendeu uma maior capacitação dos cuidados de saúde primários para estas áreas, estando previsto um reforço de psicólogos nos centros de saúde até ao final do ano.

O número de suicídios em Portugal aumentou em 2014, segundo o relatório da Direção-Geral da Saúde sobre doença mental, apresentado esta quinta-feira, o que vem confirmar que o período de crise económica registou a mais elevada mortalidade por suicídio.