“Faltam profissionais obviamente, faltam-nos enfermeiros, faltam-nos médicos para que as equipas continuem. É muito à custa do esforço dos profissionais que estão que conseguimos ter [transporte] 24 horas por dia, 365 dias por ano, portanto faltariam profissionais”, afirmou Francisco Abecasis,

O perito do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para a área da pediatria explicou que “apesar de haver equipas com 15 médicos”, nem sempre estão disponíveis, uma vez que o transporte inter-hospitalar pediátrico “é mais um extra, a somar ao trabalho nas unidades e aos bancos”.

As equipas são constituídas por um técnico do INEM, um enfermeiro e um médico com competência de cuidados intensivos neonatais ou pediátricos.

Além da experiência anterior em cuidados neonatais ou pediátricos, os membros das equipas têm formação específica em transporte e “formação contínua e de discussão entre os vários profissionais”.

“Atualmente temos um curso grande anual, organizado com uma equipa de transporte de Barcelona que já tem mais de 20 anos de experiência nesta área e, juntamente connosco, fazemos todos os anos um curso de transporte”, explicou o responsável.

Segundo Francisco Abecasis, Portugal destaca-se por ser “um dos poucos países” na Europa em que todo o território continental está coberto por este serviço que, desde 2017, já transportou cerca de 15.000 crianças em situações “muito graves e críticas”.

O transporte inter-hospitalar pediátrico é um sistema de transporte que permite levar recém-nascidos e crianças, até aos 18 anos, que “estão em estado crítico e precisam de cuidados intensivos de um hospital distrital para um hospital onde vão ter esses cuidados”.