14 de maio de 2013 - 14h18

O ritmo circadiano, “relógio” que regula o funcionamento de cada célula, pode estar perturbado nas pessoas com depressão, inclusive ao nível da atividade genética nas células do cérebro, indica um estudo norte-americano.

Divulgado na revista científica norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences, o estudo é o primeiro com provas da alteração do ritmo circadiano no cérebro de pessoas com depressão, indicando que elas não estão sincronizadas com o ciclo diário habitual, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

Cada célula do corpo funciona num ciclo de 24 horas sincronizado com os períodos de dia e noite, de luz e escuridão. O cérebro funciona como um cronómetro que mantém esse relógio celular sincronizado com o mundo exterior para regular o apetite, o sono, o humor e muitos outros aspetos do funcionamento corporal.

A equipa de cientistas das Universidades da Califórnia, Michigan e Stanford, do Colégio Médico Weill Cornell e do Instituto Hudson Alfa de Biotecnologia analisou informação sobre cerca de nove dezenas de cérebros de pessoas deprimidas e não deprimidas.

“Centenas de novos genes que são muito sensíveis aos ritmos circadianos emergiram desta investigação”, disse Huda Akil, da Universidade de Michigan.

A investigadora, co-diretora do Instituto de Neurociência Molecular, adiantou que os cientistas puderam “observar o ritmo diário numa sinfonia da atividade biológica” e ver “nas pessoas deprimidas (…) como este ciclo estava transtornado”.

Os próximos passos serão usar a informação para encontrar novos modos de prever a depressão, tentar precisar o tratamento para cada doente e encontrar novos medicamentos para uma condição que, segundo a EFE, afeta mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo.