29 de janeiro de 2014 - 10h11
Mais de 1.500 pessoas estavam em lista de espera, em junho de 2013, para entrar na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), mais do dobro das que aguardavam por uma vaga em dezembro de 2012.
Os dados constam do relatório da RNCCI referente ao primeiro semestre de 2013, a que a Lusa teve acesso, e mostram que a 30 de junho de 2013 havia 1.538 pessoas em espera, a maioria (42%) na região de Lisboa e Vale do Tejo.
“Lisboa e Vale do Tejo tem a menor cobertura populacional em todas as tipologias, exceto em Unidades de Cuidados Paliativos, apresentando, no entanto, o maior número de utentes a aguardar vaga para esta tipologia, representando 72% dos utentes a nível nacional”, lê-se no relatório.
As preocupações em relação à região de Lisboa e Vale do Tejo não se ficam por aqui e o relatório alerta mesmo que existem 428 pessoas à espera de uma vaga para uma Unidade de Longa Duração e Manutenção (ULDM).
O levantamento feito mostra que, a 30 de junho de 2013, as 1.538 pessoas que aguardavam por uma vaga dividiam-se por 859 em lista de espera para Unidade de Longa Duração e Manutenção, 361 para Unidades de Média Duração e Reabilitação, 163 para Unidades de Cuidados Paliativos, 120 para Unidades de Convalescença e 35 para Equipas de Cuidados Continuados Integrados, ou seja, ao domicílio.
Por outro lado, o relatório mostra que a população da RNCCI “é muito envelhecida”.
“A percentagem de utentes com idade superior a 65 anos tem tido valores próximos de 80%, sendo em 2013 de 82,7%. A população com idade superior a 80 anos tem vindo também a aumentar e em 2013 a percentagem de utentes referenciados com mais de 80 ano é de 44,1% (42,1% em 2012)”, lê-se no documento.
Olhando para os motivos pelos quais aquelas 19.348 pessoas foram referenciadas, o relatório revela que em 92% dos casos estavam dependentes de terceiros para a realização de atividades diárias.

O documento revela ainda que 54,4% dos utentes referenciados são mulheres (56% em 2012) contra 45,6% de homens (44% em 2012).
Mais camas
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados tinha 5.988 camas em junho de 2013, mais 77 do que no fim de 2012, o que representa um aumento de 1,3% no número de camas contratadas.
Dentro das 5.988 camas, 887 eram para convalescença, 1.838 em Unidades de Média Duração e Reabilitação e 202 para paliativos.
Analisando as várias regiões do país, a constatação é a de que só houve aumento do número de camas na zona de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve, sendo que esta última teve direito a mais 20 camas para convalescença.
Do total de camas disponíveis, 4.099, ou seja, cerca de 68% da oferta, são disponibilizadas através de acordos de cooperação com Instituições Particulares de Solidariedade Social.
O Alentejo é a zona do país com maior cobertura global da RNCCI, bem como ao nível do número de camas em Unidades de Longa Duração e Manutenção e Unidade de Cuidados Paliativos.
O mesmo relatório conclui ainda que a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados gastou quase 50 milhões de euros no primeiro semestre de 2013, a maior parte dos quais relativos ao Ministério da Saúde, com 37.292.194,75 euros.
SAPO Saúde com Lusa