“É uma das áreas em que mais vale a pena apostar em termos de saúde pública. Temos estado a discutir com as Administrações Regionais de Saúde (ARS) a forma de colocar [o rastreio] no terreno. É um rastreio exigente do ponto de vista técnico e dos próprios utentes. Pretendemos até ao final do ano iniciar esse rastreio de base populacional a nível nacional”, afirmou Fernando Araújo aos jornalistas, no final da apresentação de um relatório sobre doenças oncológicas.

O relatório “Portugal – Doenças Oncológicas em Números 2015”, hoje apresentado em Lisboa, aponta para assimetrias regionais nos rastreios do cancro colo-retal e aconselha o seu alargamento a nível nacional.

De acordo com o documento, o cancro do cólon matou 2.687 pessoas em 2014, enquanto o cancro do reto foi responsável por 1.073 óbitos. Estes dados colocam Portugal no pior quartil da Europa em termos de cancro colo-retal.

Aliás, Vítor Neves, responsável da Europacolon – associação que representa doentes e familiares –, lembrou no decorrer da sessão que o cancro colo-retal é responsável pela morte de uma média de 11 pessoas por dia em Portugal.

Quanto aos rastreios do cancro do colo do útero e da mama, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde lembrou que já existem rastreios de base populacional em todas as regiões, à exceção de Lisboa e Vale do Tejo, área onde também se deverão iniciar durante este ano.

Segundo o relatório, o número de mulheres que têm aderido ao rastreio do cancro do colo do útero tem diminuído, apesar de aumentarem os convites para que realizem este exame.

Para o secretário de Estado Fernando Araújo, uma das explicações pode ser uma menor disponibilidade da parte das utentes de se deslocarem aos centros de saúde, um dado que tem de ajudar as autoridades a refletir para encontrar causas para esta quebra de adesão.