O resultado tem como base a fundação do curso de medicina da UALg, a funcionar há seis anos, ou seja, uma preocupação na contratação de docentes que se dedicassem paralelamente à investigação, defendeu à Lusa o docente Álvaro Tavares, do Departamento de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve.

"Quando o curso montado, foi tido em conta o que de melhor se fazia lá fora [estrangeiro]", referiu.

No estudo, financiado pela União Europeia, foram analisadas as instituições participantes na sua globalidade e sobre as áreas das ciências computacionais, medicina e psicologia.

Ao todo, o estudo contou com a participação de mais de 1200 instituições de ensino superior de 83 países, 24 das quais de Portugal e tem também em conta a informação dos alunos que frequentam as instituições, para permitir dados mais concretos sobre universidades estrangeiras a que se pretendam candidatar.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, a Universidade do Algarve refere que obteve a nota máxima em sete categorias, tendo as escolas de medicina portuguesas no seu conjunto obtido 21 notas máximas.

Entre as 113 universidades europeias avaliadas pelo U-Multirank, tendo em conta as sete categorias em que o departamente de Medicina e Ciências Médicas foi avaliado, a Universidade do Algarve está entre os primeiros dez lugares.

No passado mês de março, a Universidade do Algarve (UALg) viu várias investigações na área da oncologia serem reconhecidas. Dois dos projetos de investigação venceram os Prémios de Investigação "Maratona da Saúde".

"Temos um conjunto de investigadores com ótima produtividade", no departamento de Medicina e Ciências Biomédicas, observou Álvaro Tavares, acrescentando que o objetivo, a partir de agora, é manter a universidade nos lugares cimeiros do ranking nos próximos anos.

O ranking internacional e os prémios de investigação podem contribuir para dar visibilidade ao trabalho realizado naquela universidade, para dar ânimo para candidaturas a projetos internacionais e atrair mais investigadores.

Álvaro Tavares considerou que a dinâmica que o departamento está a imprimir demonstra ainda que os profissionais médicos que trabalham, ou venham a trabalhar, no Algarve não estão isolados ou distantes do conhecimento, porque existe uma comunidade académica ativa.

O curso de medicina leccionado na Universidade do Algarve foi uma antiga reivindicação das forças vivas da região, que acabou por se concretizar há seis anos, após duas avaliações internacionais, apesar de ter sido alvo de críticas pela Ordem dos Médicos (OM).

Em 2009, a OM mostrava-se reticente quanto aos critérios de selecção, a preparação de base exigida aos candidatos, a importação de um método de ensino de outros países e as dificuldades de selecção do corpo docente.