Os pesticidas tornaram-se um ingrediente comum na alimentação na Europa. Pelo menos é o que dizem os estudos. Das 84,341 amostras de produtos analisadas, provenientes de agricultura convencional, 97,2% continham vestígios de um ou mais entre 774 pesticidas diferentes, alerta a Quercus.

No entanto, a EFSA anunciou que 97,2% da comida europeia testada se encontrava dentro dos limites permitidos pela legislação europeia e concluiu que o risco para a saúde dos consumidores permanece baixo.

"A Quercus e a PAN-Europe consideram que esta conclusão, baseada em modelos teóricos, é um engano para os europeus, sobretudo porque 28% dos alimentos apresentaram, de facto, resultados positivos para resíduos múltiplos de pesticidas– os famosos cocktails de pesticidas - cuja segurança nunca foi avaliada", alerta a associação em comunicado.

Segundo a Quercus, as peças de frutas ou vegetais podem conter níveis destes químicos em quantidas muito elevadas, como é o caso das uvas, onde foram detetados pesticidas em 77,3% das amostras, sendo que 58,3% continham resíduos múltiplos.

"Se os cocktails de pesticidas forem tidos em consideração, provar-se-á que os limites permitidos não são nada seguros, o que revelará que o risco para a saúde humana não é tão “baixo” como a EFSA gosta de declarar. Isto irá confirmar que o atual modelo de agricultura baseada em venenos é, de facto, extremamente problemático", alerta ainda a organização.

Pesticidas não autorizados

Três quartos das amostras analisadas vieram de países europeus (incluindo a Noruega e a Islândia), vindo o outro quarto de países terceiros não especificados.

Estas importações representam o maior risco para os consumidores, com 5,6% a apresentarem resíduos de pesticidas acima dos limites europeus.

Entre os produtos oriundos da UE, 1,7% das amostras estavam acima dos limites legais. Um terço de todos os pesticidas detetados é ilegal na União Europeia, alerta ainda a Quercus.