"Apesar dos esforços, estamos longe de atingir, em Portugal, um cenário favorável. Os responsáveis são, em grande parte, os produtos fitofarmacêuticos disponíveis no mercado e de muito fácil acesso", salienta um comunicado da associação ambientalista.

A "pouca informação disponível e compreensível", que atrasa o efeito dos diplomas existentes, principalmente entre os agricultores, e a "débil ação dos serviços do Ministério da Agricultura" na sensibilização e fiscalização são algumas das preocupações apontadas.

A chamada de atenção da Quercus surge no Dia Mundial do Solo, que hoje se assinala, e perto do início de 2015, escolhido para Ano Internacional do Solo pela Assembleia Geral da ONU.

Pesticidas prejudicam qualidade do solo

"Os pesticidas para combater pragas e doenças das culturas têm um forte impacto na qualidade deste recurso, pelo que é urgente conhecer e sensibilizar para esta temática", realça a Quercus.

Na agricultura, as medidas de política europeia incentivam a rotação cultural, a cobertura vegetal, os sistemas de mobilização mínima e a não mobilização, mas nas grandes áreas de culturas hortícolas e hortos industriais "o cenário é outro".

"Os chefes de exploração continuam a optar por realizar as intervenções calendarizadas e rotineiras sem avaliação e ponderação prévia", segundo a associação, defendendo que a alteração deste panorama passa pela retirada do mercado de produtos fitofarmacêuticos ou pela redução da sua utilização.

É avançada a alternativa de uma aposta na monitorização ao nível da comercialização e uso, bem como no incentivo à utilização de técnicas alternativas, depois da necessária formação, demonstração e desenvolvimento experimental.

O solo é um recurso fundamental e desempenha muitas funções, por isso os ambientalistas insistem no alerta a todos os setores de atividade com interferência neste recurso, para a problemática da sua destruição e dificuldade de regeneração.