Um grupo de cientistas norte-americanos analisou as crenças sobre as mudanças climáticas nos Estados Unidos e compararam-nas com a frequência de exposição dos moradores de cada condado a recordes de temperaturas altas e baixas, segundo um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

As conclusões: aqueles que vivenciaram mais níveis máximos de temperaturas eram mais propensos a acreditar no aquecimento global. "Por outro lado, os americanos que vivem em áreas que registaram recordes de temperaturas baixas, como partes do sul de Ohio e as bacias do rio Mississippi, são céticos em acreditar que o planeta Terra esteja a aquecer", lê-se no artigo.

O estudo conclui ainda que muitas pessoas confundem clima, que reflete as tendências de longo prazo ao longo de décadas, com tempo, cujo registo se refere a horas, dias ou temporadas.

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"Um dos maiores desafios para comunicar descobertas científicas sobre as mudanças climáticas é a desconexão cognitiva entre eventos locais e globais", disse o coautor Michael Mann, professor de geografia na Universidade George Washington.

Nos Estados Unidos, cerca de uma em cada quatro pessoas não acredita que o aquecimento global seja real ou que o uso de combustíveis fósseis pelos seres humanos esteja a contribuir para as alterações climáticas. De acordo com dados da empresa de sondagens Gallup Poll, metade dos norte-americanos tem mesmo dúvidas de que os recordes de temperaturas sejam causados pelo aquecimento global e não apenas por variações naturais do clima.

"Em quem é que os americanos confiam no que toca a mudanças climáticas, nos cientistas ou neles mesmos?", questionou o autor principal do estudo, Robert Kaufmann, professor do departamento de geografia da Universidade de Boston. "Para muitos americanos, a resposta parece ser eles mesmos", acrescenta.