23 de maio de 2014 - 09h06
Cerca de dois terços dos doentes com esclerose múltipla sente dificuldades de acesso no seu quotidiano, seja por problemas em conseguir apoios sociais ou consultas médicas ou por obstáculos à acessibilidade, segundo um estudo hoje divulgado.
Os dados da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, recolhidos a partir de inquéritos a 422 doentes, mostram que mais de 64% dos inquiridos diz sentir algum tipo de dificuldade de acesso no seu dia-a-dia.
Os problemas de acesso a apoios sociais surgem como os mais frequentes (em 31,5%), seguidos dos problemas de acessibilidade (28,7%), da dificuldade de acesso a consultas (22,7%) e a levantar a medicação (22,5%), revelam estes indicadores.
Os problemas de acesso fazem sentir-se de forma diferente nas várias regiões de Portugal. Se no Grande Porto são os problemas de acesso a apoios sociais que predominam (39%), os problemas de acesso a consultas médicas fazem sentir-se mais no Sul e Ilhas (27,3%).
Quanto às idades, são os inquiridos mais idosos (idade superior a 60 anos) que referiram sentir problemas de acessibilidade com maior frequência (41,9 por cento).
Do total de inquiridos são 35% os que referem nunca ter sentido qualquer tipo de problema de acesso.
Quando perguntado o que poderia ser feito para minimizar as dificuldades de acesso sentidas pelos portadores de esclerose múltipla, quase metade do total de inquiridos não soube apresentar propostas.
Dos que indicaram alternativas, estiveram em maioria as respostas que sugeriam a minimização de barreiras arquitetónicas.
O estudo feito com base nos inquéritos mostra ainda que apenas metade dos inquiridos se encontra na situação de trabalhador ativo, enquanto 35,5% estão reformados e 9,5% desempregados.
Dos já aposentados, a grande maioria (88%) admite que foi forçada a reformar-se devido à esclerose múltipla. No caso dos desempregados, mais de 20% indicam terem sido despedidos por causa da doença.
A esclerose múltipla é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa, que afeta o Sistema Nervoso Central, surgindo frequentemente entre os 20 e os 40 anos.
Por Lusa