Muitas das vítimas, segundo o relatório, morreram por desidratação e diarreia, depois de serem transferidas para 27 centros "pouco preparados" e que foram comparados com "campos de concentração" por testemunhas.

A investigação detalha como alguns pacientes foram levados do hospital Life Esidimeni, na província de Gauteng, em autocarros.

Os pacientes eram escolhidos em processos descritos como semelhantes a "leilões de animais", antes de serem transportados para as novas instalações, muitas vezes sendo levados de um centro para outro, explica o documento.

Os familiares dos pacientes não eram informados, por exemplo, dessas transferências nem souberam que alguns morreram por falta de aquecimento. As testemunhas entrevistadas no estudo qualificaram esses centros como "campos de concentração".

De acordo coma análise, os centros também não forneciam comida e água suficientes para os pacientes mais doentes, provocando desnutrição e desidratação.

O departamento de Saúde provincial de Gauteng decidiu terminar o seu contrato com o hospital Life Esdidimeni e transferiu mais de 1.300 pacientes para uma série de centros "de baixa qualidade e desestruturados".

"Uma pessoa morreu por uma causa relacionada com a doença mental. Nenhum dos outros 93 morreram de doenças mentais", concluiu o autor da análise, Malegapuru Makgoba.

Makgoba explicou ainda que o balanço final de vítimas mortais pode aumentar.

O relatório diz que os 27 centros sanitários "foram escolhidos misteriosamente, sem critério" e que os seus dirigentes "foram incapazes de distinguir as necessidades de cuidado profissional altamente especializado dos doentes de uma oportunidade de negócio".

O primeiro-ministro de Gauteng, David Makhura, prometeu que os responsáveis pelo escândalo vão ser julgados.

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