Publicado em outubro, o livro "The Dangerous Case of Donald Trump: 27 Psychiatrists and Mental Health Experts Assess a President" abriu caminho para algo inédito: quase três dezenas de médicos avaliam clinicamente em livro o Presidente dos Estados Unidos.

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Ao fazê-lo, estes especialistas violam as normas da Associação Americana de Psiquiatria, que proíbe a publicação de avaliações ou perícias médicas de personalidades públicas que nunca consultaram. Agora, Bandy X. Lee, uma das autoras desse livro, vai mais longe.

Numa carta publicada no jornal "The New York Times", a psiquiatra pede uma "avaliação urgente" do Presidente Donald Trump. "Estamos neste momento a testemunhar mais do que o seu habitual estado de instabilidade psicológica - na verdade, um padrão de descompensação: a crescente perda de contacto com a realidade, sinais de volatilidade e comportamento imprevisível, e uma atração pela violência como um meio necessário", começa por enumerar a médica especialista.

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"Estas características deixam o nosso país e o mundo num extremo risco de perigo", acrescenta.

A médica do Hospital Geral de Massachusetts garante que há "milhares de profissionais de saúde mental" preocupados com a situação e Donald Trump. "Por norma, recorremos a um processo rotineiro para tratar pessoas perigosas: contenção, impedimento do acesso a armas e avaliação urgente. Estamos impossibilitados de o fazer devido ao estatuto de Presidente do senhor Trump. Mas o poder da Presidência e o tipo de arsenal a que ele tem acesso deveria aumentar o nível de alarme, não diminuí-lo", escreve a médica e professora universitária na missiva.

Bandy X. Lee termina a carta com um apelo generalizado à população dos Estados Unidos: "Instamos as pessoas e os legisladores deste país a pressionarem para uma avaliação urgente do Presidente, para a qual estamos no processo de constituir um painel independente de especialistas, capaz de respeitar e executar todos os procedimentos médicos adequados".