Pelo menos para já, as propostas do governo não convencem os médicos. O sindicato que convocou a greve prevista para 10 e 11 de maio não pretende voltar atrás.

Jorge Roque da Cunha, presidente do Sindicato Independente dos Médicos avisa que as medidas agora anunciadas pelo governo não chegam.

"É um caderno reivindicativo que o Ministério da Saúde conhece e estamos a discutir há mais de um ano. Vamos ter amanhã mais uma reunião e muito dificilmente estamos a ver vontade do Ministério da Saúde em ultrapassar a questão que nos empurra para a greve", diz Jorge Roque da Cunha à TSF.

"Sabemos que quando se aproximam estas alturas haverá a tentação, com algum fogacho e folclore, de desmobilizar os médicos e mudar o azimute do que está realmente em discussão", avisou ainda.

Governo disposto a pagar mais

O Ministério da Saúde quer reduzir os tempos de espera em praticamente todos os atos médicos e cirúrgicos e para isso o Serviço Nacional de Saúde vai pagar mais a estes profissionais.

As frases mais ridículas ouvidas pelos médicos

Segundo avança o jornal Público, o Estado poderá vir a pagar entre 12 e 19 euros por consulta em horário extraordinário. Por outro lado, a tutela pretende diminuir os gatos com as unidades privadas.

Segundo o referido jornal, vão existir prazos máximos de resposta para radioterapia (15 dias), medicina nuclear e angiografias (30 dias), endoscopias, TAC e ressonâncias magnéticas (90 dias).

As primeiras consultas de especialidade passam a ter que ser realizadas em quatro meses em vez dos atuais cinco. No caso das cirurgias não urgentes, o prazo vai máximo vai ser reduzido para seis meses.