De acordo com uma nota da UC hoje divulgada, o investigador Paulo Oliveira vai liderar um consórcio internacional mtFOIEGRAS, para investigar a síndrome do fígado gordo não alcoólico (SFGNA), numa “perspetiva de desenvolvimento de ferramentas não invasivas e rápidas para um diagnóstico mais preciso”.

Essas ferramentas são “baseadas em alterações metabólicas, nomeadamente ao nível da produção de energia da célula hepática”, acrescenta a UC.

A doença é atualmente diagnosticada através da biopsia do fígado, um “procedimento invasivo, arriscado e caro”. A SFGNA afeta 06 a 37% da população mundial e “poderá ser uma ‘assassina silenciosa’, porque os sintomas evidenciam-se em fases tardias, quando se apresenta incurável, contribuindo para o aumento do risco de diabetes, cirrose hepática e cancro”.

O investigador João Nuno Moreira, do CNC e da Faculdade de Farmácia da UC, coordena o consórcio NanoDoxer, que visa testar em modelos animais uma estratégia terapêutica de combate ao cancro da mama triplo negativo e o neuroblastoma, que não possuem atualmente terapias específicas.

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Esta estratégia terapêutica, “com sucesso já demonstrado” ‘in vitro’, tem como alvo “uma proteína (nucleolina) que se encontra presente nas células estaminais cancerígenas e que permite avaliar a sua ‘agressividade tumoral’”. A proteína será “abordada através de uma combinação de fármacos transportados por uma nanopartícula para reduzir o impacto do tumor e a sua recorrência”, refere ainda a UC.

A investigadora Olga Borges participa no projeto GoNanoBioMat, coordenado pelo Empa Swiss Laboratory of Materials Science and Technology, da Suíça, que irá desenvolver nanomateriais, com “função transportadora de fármacos (por exemplo, vacinas), através da implementação do conceito ‘safe-by-design’, garantindo a sua segurança na utilização clínica e a avaliação do risco toxicológico”.

O projeto mtFOIEGRAS conta com a participação da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, universidades de Lisboa e do Porto e de instituições académicas, clínicas e empresariais de Itália, Alemanha, Espanha, Polónia, Reino Unido e Áustria.

O estudo é apoiado através do quadro de financiamento do programa Horizonte 2020 na tipologia Marie Skłodowska-Curie Research and Innovation Staff Exchange.

O consórcio NanoDoxer é composto pela empresa portuguesa Treat-U, os institutos de oncologia do Porto e de Vall d’ Hebron (Espanha) e o Hospital Pediátrico Gaslini (Itália), tendo sido um dos 11 projetos financiados pela Euronanomed II Joint Transnational Call-2015, de um total de 66 candidaturas.

O projeto “GoNanoBioMat”, financiado no quadro europeu da ProSafe, que visa promover a nanosegurança, conta com a participação, designadamente, das universidades de Applied Science and Arts Western Switzerland, de Genebra (Suíça), e West University of Timisoara, da Roménia.