Os trabalhadores da construção civil, do sector mineiro e da indústria são os profissionais com maior prevalência de doenças músculo-esqueléticas e que apresentam um maior risco de desenvolver dores nas costas, alerta a Campanha Olhe pelas Suas Costas.

“Os movimentos repetitivos, o manuseamento de objetos pesados, as posturas incorretas e a exposição a vibrações são os principais fatores de risco profissional para sofrer de dores nas costas e problemas na coluna. Os operadores de máquinas e os trabalhadores da construção são dos mais afetados por estes riscos”, explica o neurocirurgião Paulo Pereira, coordenador nacional da campanha Olhe pelas Suas Costas.

Por outro lado, os trabalhadores dos serviços, nomeadamente os vendedores de loja, caixas, porteiros e empregados de balcão são afetados, sobretudo, pelas longas permanências em pé. “Nestas profissões, a utilização de calçado adequado pode ajudar a atenuar as dores, pois permite uma postura mais correta, mas o mais importante é mudar de posição com frequência e reduzir os períodos de pé parado, alternando-os com curtas caminhadas para exercitar os músculos”, esclarece Paulo Pereira.

De modo a evitar estas dores é importante haver um ajuste do ambiente de trabalho ao próprio bem-estar, com mobiliário adequado, e realizar exercícios simples durante a atividade laboral.
O alerta é dado na Semana de Sensibilização para a Coluna, que decorre de 10 a 16 de Outubro, como iniciativa da campanha Olhe pelas Suas Costas, promovida pela Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral.

As dores nas costas são a segunda causa em Portugal, em números globais, das visitas ao médico. As doenças que afetam a coluna representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física, e são uma das principais causas de ausência no trabalho em todo o mundo.

Segundo um relatório do Observatório do Risco da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, Portugal está entre os países europeus com mais trabalhadores com problemas do foro músculo-esquelético provocados pela atividade física desenvolvida no trabalho.  
Um estudo, realizado no âmbito desta campanha, indica que 28,4 por cento dos portugueses sentem que a sua atividade profissional já foi prejudicada ou comprometida de alguma forma pelo facto de ter dores nas costas.

Para mais informações consulte o website: www.olhepelassuascostas.com

10 de outubro de 2011