18 de outubro de 2013 - 07h57

O Instituto Smithsonian de Washington apresentou na quinta-feira o homem biónico Franck, construído com órgãos e extremidades artificiais e que é capaz de falar, caminhar, respirar, ver, escutar e, além disso, tem um coração mecânico que faz circular sangue artificial pelas veias de plástico.

Franck é a "estrela" do documentário que o Smithsonian Channel exibirá no próximo domingo, intitulado "The Incredible Bionic Man" - O Incrível Homem Biónico -, no qual se repassam os últimos avanços da tecnologia médico-biónica e são abordados os debates éticos que se colocam, explicou à agência EFE o responsável pelo projeto, Bertolt Meyer.

O homem biónico, resultado da junção de todas as partes do corpo humano biónicas que já existem e que foram desenvolvidas por diferentes equipas de pesquisadores, será exposta ao público no Museu Nacional do Ar e do Espaço de Washington até dezembro.

Franck tem uma câmera de vídeo e implantes que o permitem ver e escutar através de um aparelho, dispõe de um coração artificial (que alguns pacientes já utilizam) que bombeia um protótipo de sangue ainda experimental, assim como de um pulmão (por onde chegar o ar vindo de uma traqueia de plástico), um rim e um pâncreas artificiais.

Também caminha, porque tem próteses, joelhos, tornozelos e pés, pode pegar em objetos graças às mãos biónicas e está ligado a um programa que o permite falar. No entanto, Franck é um "homem" incompleto: ainda lhe faltam o cérebro, fígado e também não tem estômago.

"Não pode fazer muito porque falta um corpo central em que todos os aparelhos interajem", detalhou Meyer, para quem o desafio da biónica nos próximos anos é "melhorar a inter-relação entre os órgãos artificiais e o corpo humano".

Cadeira de rodas do futuro

Bertolt Meyer destacou que este homem incorpora um "esqueleto robótico, que pode ser a cadeira de rodas do futuro para quem precisa de recuperar a capacidade de andar".

"Os diferentes cientistas que tinham projetado os órgãos artificiais não se conheciam antes que este programa os integrasse. Agora os que trabalharam no pâncreas conheceram os que desenharam a traqueia e vão utilizar a membrana desta para reduzir as fugas no pâncreas", explicou, mostrando-de feliz com os resultados de todo o projeto.

Por enquanto, o homem biónico não pode pensar e Meyer vaticinou que demorará a fazê-lo: "Não há nada que se assemelhe a um cérebro artificial e não haverá durante muito tempo".

Nuno de Noronha com agências