O centro visa “fomentar a prática do boccia sénior”, promovendo a socialização, a inclusão e a qualidade de vida dos idosos, através do desenvolvimento de uma prática desportiva adequada às suas expectativas e necessidades, numa abordagem intergeracional, disse hoje à agência Lusa o presidente da APCC.

O boccia é uma atividade desportiva praticada “há muitos anos” pelos utentes da APCC, que possui “vários campeões olímpicos e mundiais” e diversos praticantes na seleção nacional.

Mas “agora pretende-se alargar a modalidade à população sénior e não utente da APCC”, projeto para o qual é “muito importante” a existência de um bocciateca, onde, além do material necessário para a prática da atividade, também sejam desenvolvidas ações de divulgação, promoção e formação, designadamente de jovens voluntários, sustenta Antonino Silvestre.

A APPC tem vindo a promover o boccia junto dos mais velhos, através de parcerias com outras instituições, mas a existência do centro permitirá dar maior dimensão a este trabalho, acredita o presidente da APCC.

Para a criação do bocciateca, a APCC candidatou o respetivo projeto à edição deste ano do Prémio BPI Seniores, que “distingue e apoia projetos que promovam a melhoria da qualidade de vida e o envelhecimento ativo de pessoas com idade superior a 65 anos”, tendo sido premiado com cerca de 8.600 euros.

Aquele montante permite adquirir o material necessário e fazer face a algumas outras despesas para a criação e funcionamento inicial do centro, adiantou Antonino Silvestre, destacando que a edição deste ano daquele prémio registou 713 candidaturas, tendo o júri distinguido 32 projetos de instituições privadas sem fins lucrativos, entre as quais a APCC.

O primeiro bocciateca, a criar nas instalações da APCC, em Coimbra, disponibilizará “equipamentos desportivos e materiais relacionados com o boccia para utilização pela comunidade, bem como um programa estruturado para a prática da modalidade, aliando atividades desportivas, de lazer e de competição em parceria com outras entidades”.

De acordo ainda com o projeto distinguido, o bocciateca é “dirigido a pessoas seniores e a pessoas com deficiência e/ou incapacidade, mas envolverá também voluntários da APCC e estudantes do ensino superior”.

O boccia, que tem “influências do jogo tradicional, petanca, oriunda das civilizações gregas e romanas, tornando-se uma modalidade paralímpica em 1984, nos jogos de Nova Iorque”, é “a modalidade principal para atletas portadores de paralisia cerebral” e pessoas com dificuldades motoras.