“Achamos que a melhor forma de celebrar o momento era, mesmo, começar a trabalhar nesse mesmo dia. Por isso, a ocasião não será um evento social, mas um dia de trabalho, em que todos estaremos presentes para partilhar o que existe, quer com quem precise, quer com quem o queira, apenas, conhecer”, explicou Maria João Cardoso, presidente do Conselho Científico e mentora do Mama Help.

O centro funcionará como “um ponto de encontro e referência para todos os doentes com cancro da mama em busca de ajuda e com dúvidas relacionadas, sobretudo, com as consequências psicossociais da doença, qualquer que seja a unidade hospitalar, pública ou privada, onde tenham sido operados”, explicou à Lusa.

Maria João Cardoso é professora na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e dirige a Cirurgia Mamária da Unidade de Mama da Fundação Champalimaud.

O projeto nasceu da constatação de que em Portugal existe “uma lacuna, um vazio quase total” nesta área, “não existindo locais que, de uma forma integrada e profissionalizada, possam constituir o suporte necessário aos doentes com cancro da mama”.

“Obviamente que as grandes instituições hospitalares tem algum apoio disponível, a questão é que muitas vezes os doentes fogem desse ambiente, porque se sentem retraídos, porque se mantêm no circuito”, considerou Maria João Cardoso.

O projeto “não pretende substituir o que se faz nos hospitais, pretende ser um acrescento”, frisou.

O centro “Mama Help” tem um Conselho de Curadores e um Conselho de Científico. O primeiro integra nomes como Sobrinho Simões, Amélia Cupertino de Miranda, Antónia Cadilhe, Maria José Azevedo, Raquel Seruca, Rui Mota Cardoso, Leonor Beleza e Francisco Carvalho Guerra, entre outros.

O Conselho Científico é composto por cirurgiões, patologistas, radioterapeutas, psiquiatras, oncologistas, enfermeiras, imagiologistas, nutricionista, um biólogo e um cirurgião plástico.

Sem fins lucrativos e instalado na Ordem da Trindade (embora com gestão autónoma), os proveitos serão aplicados no projeto para que se evite o recurso às “técnicas clássicas de angariação de fundos”. Um dos objetivos é estabelecer acordos com as seguradoras, a maioria das quais já cobre algumas das valências disponibilizadas.

O Mama Help dispõe de um website que disponibiliza informação sobre a doença e sobre as sessões de esclarecimento que serão organizadas para a população. A primeira está agendada para 13 de abril e será orientada pela oncologista Fátima Cardoso, da Fundação Champalimaud.

23 de março de 2011

Fonte: LUSA/SAPO