"Temos um banco que é uma novidade a nível mundial, um banco para investigação. As pessoas podem doar a amostra de sangue do cordão umbilical, sem qualquer custo, para serem usadas em projetos de investigação", disse André Gomes à agência Lusa.

Adiantou que muitas vezes os investigadores têm necessidade de amostras de células estaminais para investigação "e não têm acesso a elas", facto que levou a Crioestaminal a criar o banco para utilização em ensaios clínicos, em projetos de investigação próprios ou alheios.

André Gomes disse ainda que o banco da Crioestaminal - empresa que está representada em Portugal mas também Espanha e Itália - servirá projetos de investigação nacionais mas também internacionais.

"Este tipo de células estaminais, pelo valor que tem, não deve ser desperdiçado e hoje em dia uma grande percentagem de amostras não é recolhida. Se a pessoa não quiser guardar para uso próprio, num banco familiar ou num banco público, que doe para investigação porque terá uma utilidade e a beneficiar toda a população através da investigação", apelou.

De acordo com aquele responsável, há cada vez mais ensaios clínicos com este tipo de células, "cada vez mais aplicações e doenças novas a serem tratadas. Portanto faz todo o sentido investir neste tipo de investigação, além dos projetos que a Crioestaminal já tem nesta área", argumentou.

Localizada no Biocant Park, em Cantanhede, a Crioestaminal possui cerca de 60 mil amostras de sangue do cordão umbilical, e, além do banco de células estaminais, atua na área de investigação e desenvolvimento de novas terapias.

Nos próximos três anos, segundo André Gomes, a empresa deverá estar envolvida em três ensaios clínicos, envolvendo células estaminais, para desenvolver aplicações para tratamento do pé diabético, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e doenças autoimunes.