Luís Meira reagia desta forma às declarações do presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, em que alertava para a possibilidade de o serviço do INEM entrar em rutura, por falta de profissionais e exaustão das equipas que estão a fazer horas extraordinárias nas ambulâncias de Faro e Olhão.

Em declarações à agência Lusa, Luís Meira disse ser “verdade que existe algum défice de técnicos relativamente àquilo que deveria existir neste momento”, no dispositivo do INEM no Algarve. Contudo, salientou, “também é verdade que os técnicos que existem” têm “conseguido assegurar o dispositivo”, graças à sua “grande dedicação” e esforço.

Luís Meira lembrou que este dispositivo teve um reforço de meios no verão, “permitindo desta maneira corresponder àquilo que são as necessidades de socorro na região”.

Inclusive, “sempre que necessário, nós temos recorrido” a técnicos de outras regiões, nomeadamente de Lisboa, para poder assegurar os meios que estão em funcionamento. Esta situação “reflete o esforço que o instituto tem feito para garantir o socorro e assistência médica pré-hospitalar à população da região”, sublinhou Luís Meira.

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Relembrou ainda o anúncio muito recente da “reativação da delegação regional do Algarve”, para “garantir uma melhor operacionalidade nesta região”.

Questionado sobre quando estará operacional, o presidente do instituto avançou que deverá ser “nos primeiros meses de 2017”. Neste momento, “estamos a trabalhar” na alteração dos estatutos do INEM para poder acolher, entre outras, esta alteração, que “vem corrigir uma decisão tomada em 2012” e que provocou a redução da capacidade operacional do INEM na região.

“A atual tutela e o Governo assumiram claramente este compromisso de reverter uma decisão que não terá sido a mais adequada e que veio levantar algumas dificuldades ao INEM”, sustentou.

O autarca de Faro enviou hoje um ofício ao ministro da Saúde pedindo a resolução urgente da situação, seja por via de autorização do Instituto Nacional de Emergência Médica para contratar mais profissionais ou com o reforço das equipas através de transferência de profissionais de outros locais do país. “A subsistência desta situação coloca em risco a assistência médica de urgência e discrimina negativamente os farenses”, lê-se no ofício enviado ao ministro da Saúde, divulgado pela Câmara de Faro.