A greve continuará até às 24h00, totalizando 72 horas de paralisação, após as quais os trabalhadores “suspendem a greve para negociação com administração do CHO (Centro Hospitalar do Oeste) para a passagem às 35 horas”, divulgou o Movimento Precários do CHO.

“Sabemos que está ao alcance da administração do CHO garantir as 35 horas para todos, por isso exigimos que até ao dia 30 de novembro, nos seja apresentado um acordo escrito a passagem às 35 horas no dia 01 de dezembro, com efeitos retroativos desde 01 de julho, momento em que os nossos colegas regressaram às 35 horas”, revelaram os trabalhadores em comunicado.

A decisão decorre de um plenário realizado hoje, em que o movimento representante dos 180 trabalhadores contratados através da empresa Lowmargin deu a conhecer os resultados de uma reunião negocial realizada na quarta-feira com a entidade patronal e o centro hospitalar, onde prestam serviço.

De acordo com os trabalhadores, foi dada “a garantia de pagamento do trabalho realizado em serviços mínimos, as horas extra e o restante do subsídio de férias em atraso, a garantia de marcação de férias em igualdade com os colegas do quadro e o compromisso para procurar restabelecer a igualdade entre trabalhadores no acesso ao abono para falhas”.

Apesar de não terem chegado a acordo sobre a passagem para as 35 horas de serviço, uma das principais reivindicações na origem da greve, os trabalhadores optaram por suspender a paralisação que tinha, às 16 horas de hoje, “um nível de adesão de 100%” nas unidades das Caldas da Rainha e Peniche e de “85% em Torres Vedras”, revelou o movimento.

Para os trabalhadores, trata-se de “uma grande mobilização”, uma vez que as 72 horas de greve em três hospitais que trabalham 24 horas por dia “representaria, numa situação habitual de oito horas diárias, uma paralisação de nove dias consecutivos”.

Os 180 precários do CHO mantêm, ainda assim, algumas formas de luta, entre as quais o lançamento de uma petição em que solicitam à Assembleia da República (AR) que “desencadeie as ações necessárias para a contratualização e integração direta de todos os trabalhadores precários no CHO”.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse na segunda-feira à agência Lusa que o Governo está a “transformar o estatuto institucional” para que o CHO passe “de uma unidade do setor público administrativo (SPA) para entidade pública empresarial (EPE) no início do ano, em janeiro”, para poder “resolver, de uma vez por todas, a situação da precariedade”.

No comunicado, os trabalhadores sublinham “este reconhecimento” e dizem esperar “que não fique pelas lamentações”, mas que seja reconhecida a sua qualidade de funcionários do CHO”, já que estão ”integrados na sua hierarquia” e garantem “funções permanentes e essenciais aos serviços quotidianos prestados aos utentes”, concluem.

O CHO integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche e serve, além destes concelhos, os de Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã e parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estevão das Galés e Venda do Pinheiro).