Em nota divulgada por ocasião do Dia Mundial da Saúde, dedicado ao problema da segurança alimentar, sob lema “Da quinta para o prato, tornar os alimentos seguros”, Matshidiso Moeti alertou para a morte de “cerca de dois milhões de pessoas” por ano, nomeadamente em África, relacionadas com alimentos não seguros.

Matshidiso Moeti afirmou que o consumo de alimentos não seguros representa “uma ameaça significativa para a região africana” e que “os recém-nascidos, as crianças pequenas, as grávidas, os idosos e as pessoas com doenças subjacentes são particularmente vulneráveis”.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a água e alimentos contendo bactérias prejudiciais, vírus, parasitas ou substâncias químicas são responsáveis por mais de 200 doenças, desde diarreia a cancros.

“Por exemplo, em 2014, havia mais de 100.000 casos de cólera em 22 países, que resultaram em mais de 1.700 mortes. Este ano, os surtos de cólera em 13 países causaram mais de 200 mortes num universo de mais de 13.000 casos. Os alimentos contaminados por bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas podem conduzir a uma ampla gama de problemas de saúde", disse.

A OMS afirma que as carnes, mariscos, arroz cozido, massa cozida, leite, queijo e ovos são tipos de alimentos comuns que, muito rapidamente, se podem tornar perigosos para a saúde, quando inseguros.

“Uma grande proporção de casos de doenças transmitidas por alimentos é causada por alimentos inadequadamente preparados ou extraviados em casa, em restaurantes, ou mercados”, salientou.

A responsável pela agência da ONU no continente africano considera, por isso, “urgente que todos os manuseadores de alimentos e consumidores compreendam a importância da adoção de práticas de higiene básicas ao comprar, vender e preparar os alimentos para proteger a sua saúde e a da comunidade em geral”.

Matshidiso Moeti lembrou que em África há mulheres que preparam alimentos em casa e que também trabalham nas pequenas e médias empresas do sector alimentar, tais como restaurantes, pequenos fabricantes e vendem comida na rua.

A esse grupo populacional, a diretora regional da OMS para África apelou que “melhore a segurança dos alimentos e assegure uma gestão eficaz dos negócios”, pois, caso contrário, isso pode tornar-se “uma das principais preocupações de saúde pública para as suas comunidades”.

No comunicado, a OMS refere ainda que alimentos não seguros têm colocado muita pressão nos sistemas de saúde e afetam as economias nacionais, o desenvolvimento e o comércio internacional na região africana.

Por isso, a agência das Nações Unidas assegurou que “vai continuar a prestar apoio aos governos para tornar a segurança alimentar numa prioridade de saúde pública de maior relevo e enfrentar estes desafios, melhorando a prevenção, a deteção e a resposta às ameaças de saúde associadas aos alimentos não seguros".