As explicações de Martin Friede à imprensa em Genebra surgem um dia depois do anúncio dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) sobre o início, em meados de dezembro, de ensaios clínicos de três terapias diferentes.

Os testes poderão ajudar a identificar um tratamento eficaz na ausência de medicamentos aprovados contra o vírus que já matou mais de 5.160 pessoas desde o início do ano, essencialmente na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria.

Numa reunião de especialistas que decorreu esta semana em Genebra foram sublinhadas as dificuldades a ultrapassar para realizar as experiências previstas pelos MSF, disse Friede.

Foram propostos cerca de 120 medicamentos à Organização Mundial de Saúde (OMS), mas só é possível realizar testes em larga escala com alguns. A escolha dos centros onde os ensaios serão feitos também foi delicada, adiantou.

Os ensaios dizem respeito ao medicamento antiviral brincidofovir, que será testado por investigadores da Universidade de Oxford no centro ELWA 3 de Monróvia, na Libéria, e ao antiviral favipiravir, cujos testes, a cargo do Instituto francês para a Saúde e a Investigação Médica (INSERM), serão realizados em Guéckédou, na Guiné-Conacri.

O Instituto de Medicina Tropical de Antuérpia, por seu turno, vai testar uma terapia à base de sangue e de plasma de convalescentes em Conacri.

“Como um dos principais operadores de cuidados de saúde na África Ocidental, os MSF participam nestes ensaios clínicos para dar aos que estão infetados uma maior hipótese de sobrevivência”, disse num comunicado divulgado na quinta-feira Annick Antierens, que coordena os ensaios para os MSF.