Os portugueses dão mais importância à realização de exames complementares de diagnóstico como forma de prevenir doenças, do que aos conselhos dos médicos para adotarem estilos de vida mais saudáveis, como deixar de fumar e de beber álcool.

As conclusões constam de um estudo do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde da Universidade do Porto publicado no British Medical Journal. Segundo a edição impressa do jornal Público desta segunda-feira (13/03), a investogação é coordenada pelos médicos e investigadores Luísa Sá e Carlos Martins.

De acordo com os autores, o estudo demonstra que as pessoas tendem a desvalorizar o impacto dos hábitos e estilos de vida na saúde, ao mesmo tempo que atribuem grande importância à realização de exames de diagnóstico como forma de prevenção.

Os investigadores salientam que a realização de exames não recomendados ou supérfulos pode causar danos e comportar riscos, como o sobrediagnóstico, fenómeno que a maior parte das pessoas parece ignorar.

O estudo baseia-se em entrevistas telefónicas a uma amostra de mil pessoas com mais de 18 anos.

Numa escala de 1 (“nada importante”) a 10 (“muito importante”), os entrevistados atribuíram um grau de importância máximo (9,15) à realização regular de análises de sangue e de urina, surgindo, logo a seguir, os exames ginecológicos, como o "papanicolau", a mamografia e as ecografias, com notas de 8,5. Do lado oposto apareceram os conselhos médicos sobre o consumo de álcool e tabaco, que mereceram classificações de apenas entre 5 e 6 pontos.

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