Segundo o ISEP, trata-se de um projeto europeu em consórcio liderado pelo grupo de investigação BioMark Sensor Research, unidade de investigação do instituto, que integra várias instituições nacionais e europeias.

O objetivo do Symbiotic, assim se designa o projeto, é o desenvolvimento de biossensores inovadores para o diagnóstico precoce da doença oncológica.

O consórcio propõe “uma integração inovadora entre biossensores elétricos, anticorpos plásticos e células de combustível que combina as vantagens da investigação na área da engenharia, nanotecnologia e bioquímica, num único dispositivo integrado e de baixo custo”.

Segundo a coordenadora do projeto, a docente do ISEP Lúcia Brandão, “a deteção precoce do cancro pode prevenir a sua evolução para estágios mais avançados, em cerca de 40% dos casos, tendo um grande impacto na prestação de cuidados de saúde e na sociedade”.

A coordenadora do Biomark Sensor Research e também docente do ISEP, Goreti Sales acrescenta que “a deteção da doença no contexto clínico e a monitorização da sua evolução face à terapêutica são também aspetos abordados no projeto. Adicionalmente, o projeto propõe uma abordagem altamente inovadora com um possível grande impacto nas tecnologias de ‘point-of-care’ e de avaliação de risco personalizado”.

As docentes são também investigadoras do Center for Health Technology and Services Research da Universidade do Porto (CINTESIS).

O Symbiotic propõe “o desenvolvimento de biossensores elétricos autónomos que abrirão novas possibilidades na análise biomédica, nomeadamente no campo dos biossensores aplicados à medicina”.

O projeto contempla medidas de exploração dos resultados que envolvem, por exemplo, a elaboração de um plano de negócios e o desenvolvimento de um protótipo comercial, dois anos após a conclusão do projeto.

O consórcio pretende ainda promover a formação de jovens investigadores e fortalecer a colaboração entre instituições europeias, através da troca de experiências e de conhecimentos.

Os parceiros deste consórcio são a Universidade de Aarhus/iNano, que é especializada em interfaces nano-biológicas, o Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa/CENIMAT, especialista em nanofabricação, o Imperial College of London e o Centro Tecnológico de Investigação Finlandês (VTT), que desenvolvem células de combustível de baixo custo.

O projeto obteve um financiamento europeu de cerca 3,4 milhões de euros no concurso Pilar I do programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia.