28 de julho de 2014 - 10h13

Investigadores portugueses identificaram uma proteína em células
estaminais da medula óssea e do cordão umbilical, que melhora o seu
funcionamento, o que poderá contribuir para o sucesso de transplantes em
doentes com leucemia ou linfomas.

A molécula chama-se RET e
pertence ao tipo de proteínas que são ativadas por outras que atuam nos
neurónios - células do sistema nervoso.

Contudo, só agora foi
identificada a sua expressão nas células estaminais (células capazes de
gerar qualquer tecido) da medula e do cordão umbilical, explicou à Lusa
Henrique Veiga-Fernandes, coordenador da equipa de investigadores, do
Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade
de Lisboa.

Segundo Henrique Veiga-Fernandes, a RET, detetada à
superfície das células estaminais, funciona como um interruptor, que,
quando está ligado, faz com que elas funcionem muito bem, "permitindo
uma eficácia terapêutica superior à utilização das células com os
métodos convencionais".

As células, descreveu, passam a ser mais
eficientes, a serem capazes de "resistir, de forma muito eficaz, a
agressões celulares que acontecem durante a transplantação".

A experiência foi feita com ratinhos, em que a proteína foi manipulada geneticamente.

Posteriormente,
células do cordão umbilical humano, com mais ou menos expressão da
proteína, foram transplantadas, com sucesso, nos roedores.

O
próximo passo da equipa de investigadores é estudar, em doentes humanos,
a sobrevivência, a expansão e a transplantação do mesmo tipo de células
estaminais.

A transplantação de células estaminais é usada no
tratamento de leucemias, linfomas e doenças hereditárias do sistema
imunitário, mas nem sempre com êxito devido ao seu número limitado.

Lusa