Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do projeto de investigação, Beatriz Oliveira, defendeu o incremento da produção de calêndula e de outras “plantas que não são geralmente valorizadas”, para que a Humanidade “possa responder à necessidade futura de alimentos”.

Se tal não for feito, os países “não terão comida para todos” dentro de 30 a 40 anos, acrescentou.

“O planeta não produz o suficiente para alimentar todas as pessoas”, afirmou a professora da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (UP).

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o estudo da calêndula começou há cerca de um ano, envolvendo investigadores de várias instituições portuguesas do ensino superior público e privado, no âmbito do Laboratório Associado de Química Verde (LAQT) e da Rede de Química e Tecnologia (REQUIMTE), criada em 2003, ao abrigo de uma parceria entre a UP e a Universidade Nova de Lisboa.

Após terem realizado há meses um “ensaio sensorial” com a participação de 100 provadores de alimentos com calêndula, uma planta de origem mediterrânica, os investigadores estiveram na quinta-feira num restaurante de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, convidado para integrar os trabalhos.

No “primeiro almoço fora do estudo”, mais de 20 pessoas, entre universitários, autarcas e outros comensais, puderam degustar diversas pastas com calêndula, confecionadas por Casimiro Santos, um cozinheiro que já trabalhou em diferentes países.

A demonstração será repetida na Festa do Queijo Serra da Estrela, em Oliveira do Hospital, nos dias 05 e 06 de março.