A investigadora Diana Gaspar, do Instituto de Medicina Molecular (iMM) João Lobo Antunes, descobriu em laboratório que uma proteína extraída do feijão, chamada PvD1, consegue travar as células do cancro de mama, impedindo-as de invadir o cérebro.

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O cancro da mama é o tumor maligno mais frequente da mulher e a sua incidência na Europa ocidental é de 90 novos casos por ano em cada 100.000 habitantes. A incidência desta doença tem aumentado ligeirament e pensa-se que este crescimento se deve ao aumento dos casos diagnosticados pelo rastreio por mamografia.

"Um grupo no Brasil já conhecia as propriedades antifúngicas da PvD1. Nós quisemos verificar as suas capacidades antitumorais", explica Diana Gaspar à revista Visão.

Apesar de não haver dados exatos, estima-se que existam em Portugal cinco mil mulheres com cancro da mama metastático.

Investigação teve o financiamento da Associação Laço

Com o financiamento da Associação Laço, Diana Gaspar foi capaz de verificar que esta pequena proteína interfere com a capacidade de as células tumorais, transportadas pela corrente sanguínea, se fixarem à barreira hemato-encefálica, que protege o cérebro.

"A proteína diminui a viabilidade das células tumorais que, mesmo escapando para a corrente sanguínea, chegam à barreira com as propriedades alteradas", explica a investigadora à referida publicação.

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Diana Gaspar esclarece, no entanto, que não é por se comer feijão que se conseguirá deter o cancro da mama. "Seria preciso comer muitos quilos de feijão de uma só vez", acrescenta.

O estudo entrará, agora, numa nova fase em que se pretende testar os efeitos da proteína do feijão em ratinhos e, quiçá, dar origem a um fármaco preventivo.

O trabalho foi publicado na revista científica Nanoscale.