31 de outubro de 2013 - 15h20
Portugal vai apoiar a criação de uma Faculdade de Medicina em Cabo Verde, projeto "ambicioso e exigente" que contará com o apoio das várias universidades portuguesas, disse hoje o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português.
Falando aos jornalistas após o adiamento de um encontro com o chefe da diplomacia cabo-verdiana, Jorge Borges, que foi chamado de urgência ao Parlamento local, Luís Campos Ferreira disse que a decisão foi tomada depois de encontros com o ministro do Ensino Superior local, António Correia e Silva, e com responsáveis da Universidade de Cabo Verde.
"Entendemos que chegou a hora de começarmos, de forma determinada e com um plano muito assertivo, a apreender aquilo que poderá ser, a curto prazo, a Faculdade de Medicina de Cabo Verde", disse o governante português ainda na sede do Ministério das Relações Exteriores cabo-verdiano, na Cidade da Praia.
"Colocámos ao dispor das autoridades de Cabo Verde todo o ‘know-how' que temos, não só da Universidade de Coimbra, como das outras espalhadas pelo país, como as de Lisboa e Porto, para que, quando entenderem, o que penso que será em breve, comecemos a trabalhar nesse sentido", acrescentou Campos Ferreira.
O projeto será, logo que possível, elaborado ao longo dos próximos três anos, uma vez que é "muito exigente" e que "requer muita prudência", pois "deve nascer com saúde e músculo".
"Não queremos que se torne um projeto que não preencha todos os requisitos que a academia exige e que o serviço à população que este projeto traz à população também exige. Não me parece que seja um projeto que possa arrancar num curto espaço de tempo de poucos meses. É um projeto que tem de ser maturado e planeado a três anos", sublinhou.
Campos Ferreira referiu que é intenção criar as condições para que Cabo Verde possa ter uma Faculdade de Medicina, para que se possa cooperar e partilhar o conhecimento, não só do desenho inicial como também, depois, do desenvolvimento dos estudos, pesquisa e investigação com as universidades de medicina portuguesas.
"É um projeto muito motivador e constitui um grande desafio para as faculdades de medicina portuguesas e para os governos de Portugal e de Cabo Verde. Este é um dos projetos, senão o projeto bandeira, da minha vinda a Cabo Verde", disse.
Sem adiantar quaisquer números em termos de financiamento, Campos Ferreira lembrou que a cooperação neste domínio contará com fundos públicos, uma vez que assim o são todas as universidades de medicina em Portugal, que, por sua vez, estão ligadas a hospitais escolares também públicos.
Luís Campos Ferreira iniciou na quarta-feira uma visita de trabalho de três dias a Cabo Verde, para o reforço da cooperação bilateral, e assistirá, na sexta-feira, à inauguração da terceira barragem a ser edificada na ilha de Santiago com financiamento português.
Lusa