De acordo com o documento, com estimativas sobre a doença à escala global, Portugal foi, em termos europeus, apenas superado por países do Leste como Rússia, Roménia, Moldávia, Geórgia, Ucrânia, Bósnia-Herzegovina, Arménia, Bielorrússia, Letónia e Lituânia, com taxas de incidência superiores à da região europeia, que foi de 36 casos por cem mil habitantes.

Apesar da prevalência em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) realçou, em março, na divulgação de dados sobre a infeção, que o país atingiu, no ano passado, o número mais baixo de sempre de casos de tuberculose.

O relatório da OMS refere que, em Portugal, a taxa de mortalidade por tuberculose era, em 2015, de 2,1 casos por cem mil habitantes. Na região da Europa, a taxa de mortalidade estimada foi de 3,5 casos por cem mil habitantes, tendo sido ultrapassada nos países do Leste.

A tuberculose consiste numa doença contagiosa que atinge sobretudo os pulmões, mas que pode afetar outros órgãos e áreas do organismo humano como os gânglios, os rins, os ossos, os intestinos e as meninges. É causada por uma bactéria, o bacilo de Koch, que se transmite de pessoa para pessoa. Na maior parte dos casos, o organismo tem capacidade de resistência e a pessoa não adoece.

Veja istoTuberculose: Como se previne uma doença que mata 3 pessoas por minuto?

A Organização Mundial de Saúde estima que em 2015 tenham surgido 10,4 milhões de novos casos de tuberculose no mundo e alerta que, embora a incidência e a mortalidade estejam a cair, é preciso acelerar o ritmo.

Surtos esporádicos

A coordenadora do Programa Nacional de Combate à Tuberculose, Raquel Duarte, disse anteriormente que vão continuar a surgir, em Portugal, surtos de tuberculose esporádicos em alguns locais, como prisões ou determinados bairros, que são precisamente característicos de incidências de infeção mais baixas.

Leia também: 15 doenças ainda sem cura

Saiba ainda: Os 16 sintomas mais comuns do VIH/SIDA

Segundo a DGS, a tuberculose começa a ser uma doença que não está em toda a comunidade, mas nalguns grupos de risco e mais concentrada em algumas áreas geográficas, sobretudo nas zonas urbanas de Lisboa e Porto.

Para Raquel Duarte, uma das prioridades passará por diminuir o tempo que demora entre o aparecimento dos sintomas e o diagnóstico da doença. A outra será aumentar a adesão aos tratamentos, sobretudo entre os grupos populacionais mais vulneráveis e resistentes à terapêutica, como sem-abrigo, consumidores de droga, reclusos e infetados com o vírus da sida.