O embaixador de Portugal em Bissau, António Rocha, que entrega sexta-feira as cartas credenciais ao Presidente guineense, disse que Lisboa respondeu a um pedido do município, mas também por considerar que o vírus ébola "é uma ameaça real" para Guiné-Bissau.

A Guiné-Bissau "é um país de risco" por fazer fronteira com outro afetado pela doença, a Guiné-Conacri, embora naquele país existam sinais da estabilização da doença que já causou centenas de vítimas mortais, notou o embaixador português.

O governo guineense tem em curso, desde agosto, uma campanha de limpeza nas cidades como forma de evitar a sujidade e, desta forma, a propagação de doenças.

Cooperação internacional

"Portugal, como muitos outros parceiros, têm colaborado com a Guiné-Bissau nesse sentido", defendeu António Rocha no ato de entrega simbólica de arroz (base da dieta alimentar dos guineenses) e lixívia.

O diplomata português enalteceu igualmente "o trabalho importantíssimo" que tem sido feito pelo executivo de Bissau para evitar que o vírus chegue ao país.

António Rocha disse que o país "está hoje melhor preparado" para fazer face ao eventual surgimento do vírus do que há alguns meses atrás.

Sobre a decisão hoje anunciada pelo governo de reabrir a fronteira com a Guiné-Conacri na terça-feira, o embaixador português disse que a compreende por ser uma recomendação da própria Organização Mundial da Saúde (OMS).

"É muito mais fácil para o controlo sanitário de um país as fronteiras estarem abertas, haver a concentração dos esforços nesse controlo, do que as fronteiras estarem fechadas" com "porosidade" através de "entradas não controladas", acrescentou.

O secretário de Estado guineense da Administração do Território, Abu Camará, recebeu o donativo português que agradeceu em nome do governo.