“Acho que esta estratégia portuguesa e os resultados que obtivemos até agora são um bom exemplo para a Europa no sentido de demonstrar que é possível eliminar a epidemia de hepatite C até 2030”, disse Fernando Araújo à Lusa, à margem de uma reunião na assembleia promovida pelo eurodeputado Carlos Zorrinho.

O secretário de Estado explicou que o objetivo foi “poder mostrar a boa experiência portuguesa”, já que “a estratégia que está delineada pelo Ministério da Saúde”, com “o objetivo claro de, até 2030, eliminar a epidemia por hepatite C”, está “no bom caminho”.

Saiba mais10 mitos comuns sobre sexo (esclarecidos por uma médica)

Veja ainda10 dúvidas comuns (e que ninguém questiona) sobre sexo e doenças

Apontando que o Governo “está a fazer um esforço enorme no sentido de alocar verbas e recursos”, apontou que já há mais de 17 mil doentes que estão referenciados, mais de 11 mil já começaram com tratamento, e mais de 6 mil já o concluíram, “com taxas de cura superiores a 96%”, números que considerou “excelentes”.

Na sua intervenção, o secretário de Estado sublinhou que um dos princípios seguidos pelas autoridades nacionais nesta estratégia é o da equidade, “quer em termos geográficos, quer no sentido dos grupos mais vulneráveis”, e apontou que está para breve a implementação de um projeto com o Ministério da Justiça para “chegar às prisões”, abrangendo assim os reclusos, um grupo com “dificuldades no acesso a cuidados de saúde”.

“O despacho global foi já publicado e estamos agora a trabalhar agora na rede de referenciação”, para que cada estabelecimento prisional fique “ligado a um hospital com competências e recursos com experiência na hepatite C, que ficará responsável por gerir – identificar, tratar e acompanhar – os indivíduos reclusos infetados”, disse, admitindo que se trata de um programa “muito exigente, do ponto de vista logístico e de recursos humanos”, mas no qual o Governo está fortemente empenhado.

A terminar a sua intervenção na reunião, Fernando Araújo teve ainda oportunidade de fazer “campanha” pela candidatura do Porto a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA), arrancando alguns risos e aplausos aos presentes, quando exibiu no ecrã gigante instalado na sala uma imagem alusiva à candidatura portuguesa.

“Não poderia fechar esta intervenção sem falar da EMA”, disse, garantindo aos presentes que “o Porto é uma cidade única, com capacidade para albergar a sede” da agência.

Moderador do debate, o líder da delegação do PS ao Parlamento Europeu, Carlos Zorrinho, sublinhou que há duas boas razões para Portugal estar na linha da frente na discussão sobre o combate à hepatite C: uma má, o facto de ser “um país com uma incidência muito forte”; mas outra boa, o facto de, mesmo partido de trás, aplicar uma estratégia que pode ser seguida como exemplo para alcançar o objetivo de erradicar a epidemia até 2030.