Os números apresentados no relatório de poluição do ar nas cidades, publicado esta quinta-feira pela Organização Mundial de Saúde, são categóricos. Noventa e oito por cento das cidades controladas em países de baixo ou médio rendimento com mais de 100 mil habitantes não cumprem as metas.

A conclusão da OMS é que mais de 80 por cento da população urbana respira ar que chumba nos padrões desta agência das Nações Unidas.

De acordo com a análise, a cidade nigeriana de Onitsha é a mais poluída do mundo, com cerca de 600 microgramas de partículas pequenas por metro. Um valor que é 20 vezes superior ao recomendado pela OMS.

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Segundo a OMS, estas partículas são responsáveis por três milhões de mortes por ano, uma cifra que pode duplicar tendo em conta o crescimento da indústria automóvel e da população urbana.

Entre as cidades avaliadas, a finlandesa Muonio apresenta os valores mais baixos registados, com apenas dois microgramas de partículas finas e quatro microgramas de partículas pequenas por metro cúbico.

Também as cidades portuguesas merecem atenção da OMS: seis dos doze centros urbanos analisados apresentam valores acima dos recomendados. Ílhavo é o caso mais preocupante. A cidade do distrito de Aveiro apresenta 21 microgramas de partículas pequenas por metro cúbico, sendo a única cidade com mais partículas pequenas do que o recomendado (20 ug/m3).