A Associação Médica Indiana apelou para o Tribunal Superior de Deli, pedindo o adiamento da corrida por causa das altas concentrações de partículas suspensas, que considera uma emergência de saúde pública.

O recurso foi rejeitado na quinta-feira pelo tribunal, que ficou satisfeito com as garantias dadas pelos organizadores do evento, que disseram que será pulverizada água durante o percurso da corrida para aliviar as partículas em suspensão na atmosfera.

Cerca de 35.000 corredores deverão apresentar-se na linha de partida no domingo, sobretudo amadores.

Apesar de a névoa tóxica que sufocou a megacidade de vinte milhões de habitantes desde o início de novembro se ter dissipado em grande parte, os níveis de poluição permanecem em valores que são prejudiciais à saúde.

Hoje, às 08:00 locais (02:30 em Lisboa), a Embaixada dos Estados Unidos relatou uma concentração de partículas finas de cerca de 240 microgramas por metro cúbico de ar. A Organização Mundial da Saúde recomenda não exceder a média diária de 25.

Através desta contestação na justiça, a Associação Médica Indiana disse querer tornar as pessoas de Deli conscientes do impacto da poluição nos seus organismos.

"Teremos que lutar pelo nosso direito a um ar mais limpo e apenas 'remédios' públicos como este podem ajudar a reduzir a poluição", disse o presidente da associação, K.K. Aggarwal, em declarações à Agência France presse.

A poluição é um grande problema de saúde pública para a Índia, uma nação de 1,25 mil milhões de pessoas em pleno desenvolvimento e com enormes necessidades de crescimento.

Em 2015, a contaminação atmosférica, terrestre e aquática era responsável por 2,5 milhões de mortes neste país, o número mais alto do planeta, segundo estimativas de um estudo recente publicado na revista The Lancet.

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