6 de novembro de 2013 - 10h45
Diferentes formas de poluição ambiental ameaçam a saúde de 200 milhões de pessoas no mundo, alertou na terça-feira um grupo de defensores do meio ambiente, que publicaram a lista dos dez locais mais contaminados do planeta.
"Estimamos que a saúde de mais de 200 milhões de pessoas esteja ameaçada", afirmou o diretor da organização Blacksmith Institute, Richard Fuller.
Para ajudar as autoridades a lutar contra as diferentes formas de poluição, esta organização estabeleceu com Cruz Verde, uma organização não governamental com sede em Genebra, uma lista dos dez locais mais contaminados do mundo.
Entre esses locais está a bacia do rio Matenza-Riachuelo, na Argentina, onde 5.000 indústrias lançam resíduos, afetando a saúde de 20.000 pessoas.
O lixão de material eletrónico de Agbogbloshie, no Gana, que expõe 40 mil pessoas à contaminação por chumbo, mercúrio e cádmio, também integra a lista.
As organizações denunciam, ainda, a contaminação do solo relacionada com a exploração do petróleo no delta do Níger, na Nigéria, assim como aquela provocada pelos resíduos de chumbo da explosão de minério (já encerrada) em Kabwe, a segunda cidade da Zâmbia.
Em Jacarta, na Indonésia, mais de 500.000 pessoas diretamente e cinco milhões indiretamente são expostas a vários produtos químicos (chumbo, cádmio, cromo, pesticidas), lançados no rio Citarum. No mesmo país, o mercúrio extraído das minas de ouro na província de Kalimantan, na ilha de Bornéu, ameaça a saúde de pelo menos 225.000 pessoas. 
Também na Ásia, cerca de 160.000 pessoas são vítimas da expoisção ao crómio, provocado por 270 curtumes no Bangladesh.
Dois locais na Rússia são denunciados pelos ambientalistas: na cidade de Dzerzhinsk, no centro da indústria química, 300.000 pessoas são ameaçadas pelos resíduos de 190 produtos tóxicos identificados em águas subterrâneas. E em Norilsk, na Sibéria, a contaminação do ar causada pelas minas de propriedade de Norilsk Nickel põe em grave risco a saúde de 135.000 pessoas.
A lista inclui ainda a antiga usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, onde mais de 10 milhões de pessoas continuam com a sua saúdeem risco.
SAPO Saúde com AFP