Estas poeiras vindas do Norte de África "entram na circulação de um anticiclone que está centrado na região de Cádis" e deverão subir por Portugal continental, podendo chegar até à ilha da Madeira, explica Patrícia Gomes, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A camada de poeiras é pouco espessa e, mesmo podendo alastrar para Norte, a maior concentração será sempre na região Sul.

Numa nota disponível no site da Direção-Geral da Saúde (DGS) a propósito da poluição atmosférica, as autoridades já tinham alertado para “uma persistência das condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes, nos próximos dias, com efeitos adversos na qualidade do ar, e a ocorrência de eventos naturais de partículas nas regiões do Alentejo e Algarve”.

Veja ainda10 coisas (perigosas) que põe no lixo e não devia

Saiba mais15 consequências das alterações climáticas

Atribuindo a situação às condições meteorológicas e à influência dos incêndios florestais, as autoridades lembram que esta libertação de poluentes para a atmosfera tem efeitos na saúde humana, sobretudo nas populações mais vulneráveis: crianças, idosos, grávidas, pessoas com problemas respiratórios crónicos e doentes do foro cardiovascular.

Este fenómeno natural poderá afetar a qualidade do ar ambiente, estimando-se que possa contribuir para um aumento das concentrações de partículas em suspensão. "Irritação nos olhos, nariz, garganta, tosse e agravamento de doenças respiratórias" são alguns dos efeitos que estas poeiras e partículas em suspensão poderão provocar, indica a Direção-Geração da Saúde (DGS).

Nesse sentido, a DGS aconselha a população em geral a "reduzir os esforços prolongados, designadamente ao ar livre e a evitar a exposição a fatores de risco, tais como, o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes".

Estes conselhos devem ser adotados, principalmente, por doentes com problemas respiratórios crónicos, principalmente com asma, crianças e idosos. "Os doentes crónicos devem procurar cuidados médicos em caso de agravamento de sintomas", salienta a DGS.

A DGS adianta que estas partículas atmosféricas têm um diâmetro inferior a 10 µm (micrômetro) pelo que são inaladas pelo sistema respiratório, podendo ser responsáveis por efeitos adversos. Para este organismos, estas partículas "são, atualmente, consideradas como um dos principais poluentes do ar exterior".