22 de abril de 2013 - 11h14
A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) advertiu hoje para a importância da vacinação pneumocócica para prevenir doenças como a pneumonia, a meningite e a septicemia.
O alerta da SPP surge no dia em que se inicia a Semana Europeia da Vacinação, que decorre até sábado, promovida pela Organização Mundial da Saúde para divulgar informação sobre os benefícios da vacinação e aumentar a adesão à vacinação
A Sociedade Portuguesa de Pneumologia refere, em comunicado, que “a vacinação é a melhor forma de prevenção” de formas graves de infeção por pneumococos, como a pneumonia, a meningite e a septicémia, e outras menos graves, nomeadamente a otite média aguda e a sinusite.
“As crianças e os adultos a partir dos 50 anos são os mais afetados pela doença pneumocócica, bem como grupos de risco, que incluem pessoas com doenças crónicas associadas como a diabetes, doenças respiratórias ou cardíacas, e que tenham hábitos como o alcoolismo e/ou o tabagismo”, acrescenta.
Dados divulgados pela SPP adiantam que o pneumococo é o responsável por, aproximadamente, três milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.
Um estudo recente desenvolvido pela Comissão de Infeciologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia indica que a pneumonia é responsável pelo internamento de uma média de 81 adultos por dia, dos quais 16 acabam por morrer.
Apesar de ter maior incidência na época das gripes, a pneumonia não é sazonal, registando-se mortes e internamentos durante todo o ano.
“A vacinação é a melhor forma de prevenção e pode ser feita em qualquer altura do ano”, explica o presidente da SPP, Carlos Robalo, adiantando que “a prevenção deve constituir um ato contínuo na relação entre o médico e o doente”.
A SPP salienta ainda que “é cada vez maior o número de casos de pneumonia adquirida na comunidade”.
Entre 2000 e 2009, ocorreram cerca de oito milhões de episódios de internamentos de adultos em instituições do Serviço Nacional de Saúde em Portugal continental, dos quais 294.027 (3,7%) tinham pneumonia como diagnóstico principal.
Existem poucos dados sobre os custos diretos dos internamentos por pneumonia adquirida na comunidade em Portugal, mas, com base na Portaria nº 839-A/2009 de 31 de julho, os custos dos internamentos podem variar entre os 1.165,54 euros e os 13.916,46 euros, “custos evitáveis se optarmos pela vacinação", alerta a SPP.
A pneumonia é responsável por óbitos em todos os grupos etários, mesmo em doentes jovens previamente saudáveis. Os últimos dados publicados em Portugal revelam uma taxa de letalidade intra-hospitalar nos adultos internados por pneumonia de 17,3%.
Em janeiro, a Assembleia da República recomendou ao Governo a inclusão da vacina pneumocócica no Programa Nacional de Vacinação.
Lusa