24 de junho de 2014 - 06h44
Uma plataforma digital com informação sistematizada de estudos clínicos permitirá, a partir de hoje, a médicos, enfermeiros, farmacêuticos e, até, doentes esclarecerem dúvidas para melhor decidirem sobre o uso de medicamentos ou tratamentos.
A plataforma será gerida pela "filial portuguesa" da organização Cochrane Collaboration, presente numa centena de países e que disponibiliza este tipo de informação.
Em Portugal, a filial portuguesa, integrada na rede ibero-americana, será coordenada por António Vaz Carneiro, diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina de Lisboa, uma das entidades nacionais parceiras.
Na prática, explicou à Lusa, ao acederem à plataforma, profissionais de saúde, mas também doentes, diretores de hospitais e centros de saúde ou decisores políticos com a tutela podem esclarecer dúvidas sobre uma terapêutica, um fármaco, uma doença, a partir de informação sistematizada e precisa de estudos científicos realizados.
António Vaz Carneiro exemplificou que, com base nesta informação, um médico pode produzir um relatório e a autoridade de saúde emitir uma orientação clínica.
A "filial portuguesa" da Cochrane Collaboration vai envolver, de forma voluntária, médicos e cientistas, que darão resposta aos pedidos de esclarecimento e, numa fase posterior, se irão encarregar da tradução de artigos científicos, nomeadamente relacionados com as doenças cardiovasculares e oncológicas, com forte predominância em Portugal.
Com a plataforma, Portugal fará a "ponte" para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa acederem ao mesmo tipo de informação, que, na versão mais completa, terá sempre, em qualquer dos casos, um custo, cujo montante não foi precisado por António Vaz Carneiro.
A "delegação portuguesa" da Cochrane Collaboration, que funcionará em Lisboa e no Porto, conta, ainda, com a parceria do Centro de Investigação em Tecnologias e Sistemas de Informação em Saúde da Faculdade de Medicina do Porto.
O grupo da Cochrane Collaboration encarregado da sistematização dos estudos clínicos sobre doenças do movimento é já coordenado editorialmente por um português, João Costa, que dirige o Laboratório de Farmacologia Clínica e Terapêutica da Faculdade de Medicina de Lisboa, outra das entidades parceiras.
Por Lusa