16 de setembro de 2014 - 08h12
O mundo pode evitar custos financeiros e ambientais ao optar por uma economia de baixo carbono nos próximos 15 anos, disse hoje um grupo de especialistas antes da cimeira sobre o clima das Nações Unidas.
O grupo copresidido pelo antigo Presidente mexicano Felipe Calderon apelou a uma maior ação global para a adoção das energias renováveis, fim da deflorestação e integração da investigação sobre as tecnologias adequadas como parte do combate às alterações climáticas.
O relatório estima que os próximos 15 anos serão decisivos perante uma economia mundial em plena restruturação e face à dificuldade de respeitar o objetivo de limitar o aquecimento global a dois graus celsius.
O estudo refere um investimento mundial de 90.000 mil milhões de dólares em novas infraestruturas nos próximos 15 anos, período em que é esperado um rápido aumento da urbanização.
"Podemos usar esse dinheiro para prosseguir o modelo atual, que produz uma grande quantidade de emissões de carbono, ou escolher um modelo diferente", disse Calderón aos jornalistas em videoconferência.
O estudo, realizado ao longo do ano, minimiza os custos que surgiriam de investimentos amigos do ambiente.
O documento mostra que ainda que os investimentos mais ecológicos representem 270 mil milhões de dólares de custos adicionais por ano, estes seriam compensados por outros custos mais baixos, como a diminuição das despesas em petróleo.
A ideia segundo a qual uma política para o clima traz demasiados prejuízos baseia-se sobre "uma incompreensão total das dinâmicas em jogo na nossa economia mundial", adianta o estudo.
"[Esta ideia] baseia-se na premissa de que quer as economias são imutáveis e que o futuro não é mais do que uma continuação das tendências passadas."
O relatório afirma que os problemas de saúde e as mortes causadas pela poluição do ar são um dos principais entraves económicos, estimando que isso constitui um fardo para a China de mais de 10% do seu PIB.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou uma cimeira sobre o clima para o próximo dia 23, nas Nações Unidas, na esperança de preparar a próxima grande conferência mundial de Paris em 2015.
O relatório, escrito em conjunto com o economista britânico Nicholas Stern, apela igualmente à supressão progressiva das energias fósseis, assim como à reflorestação de 500 milhões de hectares de florestas e de terras cultiváveis até 2030.
Por Lusa