7 de outubro de 2013 - 10h22
O novo organismo para as drogas e toxicodependência (SICAD) apresenta até final deste mês o próximo plano nacional para redução de dependências até 2016 e que pretende reduzir o início e o consumo de álcool entre os jovens.
O anúncio foi feito hoje à agência Lusa pelo subdiretor do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), Manuel Cardoso, que explicou que, terminado o prazo de consulta pública no final de setembro, o organismo está agora a definir “as metas e ações a desenvolver para cada uma das [suas] áreas” de intervenção.
O plano nacional engloba problemas com álcool, jogo e substâncias psicoativas, adiantou.
Este será o primeiro plano nacional já elaborado pelo novo organismo – que substituiu este ano o antigo Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT) –, sendo que a aposta é ter uma “rede de referenciação de problemas aditivos o mais próximo possível da população”, referiu Manuel Cardoso.
O novo Plano Nacional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e das Dependências prevê que a prevalência de embriaguez diminua de 5,1% para 4,6% nos próximos 3 anos e que a idade de início do consumo de álcool e droga seja retardada, diminuindo em 30% até 2020 o início destes consumos a menores de 13 anos.
O documento, que traça a estratégia portuguesa de combate às dependências, visa ainda que a prevalência de consumo de drogas e da dependência do jogo em Portugal diminua 10% até 2016 e que o consumo de qualquer droga ilícita diminua para 1,8% em 2020, quando em 2012 se situava nos 2,3% da população entre os 15 e os 74 anos.
Apesar de nos últimos 10 anos se ter registado uma diminuição do consumo de álcool per capital, Portugal continua a ser um dos 10 países do mundo com maior consumo per capita, admitiu o subdiretor do SICAD.
Por outro lado, sublinhou, “quando olhamos para a taxa de abstinência do último ano, vemos dos valores mais altos, o que significa que, no último ano, o álcool que se consumiu foi bebido por um número menor de indivíduos”, referiu.
A grande preocupação centra-se nos mais jovens, ou seja, nos consumidores até aos 30 anos.
“Do que nos dizem os inquéritos, aquilo que está a acontecer, principalmente entre os mais jovens, é que estão a consumir de uma forma mais pesada. Portanto, entre os mais novos, são menos os que consomem [álcool] mas têm um padrão de consumo mais grave, bebendo muito em pouco tempo”, adiantou.
O Plano define ainda que, até 2016, deve ser aumentada em um ano a idade média do início dos consumos, passando dos 17 para os 18 anos no caso das drogas e dos 16 para os 17 nas bebidas alcoólicas.
Lusa