Paulo Cleto Duarte falava em Lisboa, na cerimónia de entrega do Prémio João Cordeiro, que foi este ano atribuído à Farmácia Alentejana, em Castro Verde, no Baixo Alentejo, por desenvolver um projeto-piloto de gestão de medicamentos para doentes polimedicamentados, servindo 50 pessoas, mas que pretende alargar-se a outros doentes, como comentou a sua diretora técnica, Maria Celeste Caeiro.

O presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Paulo Cleto Duarte, realçou no seu discurso o papel social das farmácias, e o trabalho que tem desenvolvido nos últimos tempos, e referiu a parceria com a Associação Dignitude, que tem como missão a promoção e desenvolvimento de programas de impacto social.

“Somos uma rede solidária”, disse, para lembrar em seguida que, “discretamente, ao longo dos anos, muitas farmácias foram resolvendo o problema do acesso ao medicamento dos portugueses mais necessitados”. “A conta na farmácia era e é uma instituição. Todos sabemos isso”, disse Cleto Duarte que lembrou que um em cada cinco portugueses não tem capacidade financeira para adquirir todos os medicamentos de que precisa.

“Infelizmente os tempos estão também difíceis para nós, e com a brutal injustiça e perseguição económica de que fomos alvos na última década, as farmácias tiveram também de lutar pela sua própria sobrevivência”, disse, para referir em seguida: “Quem luta para honrar salários, quem luta para honrar pagamentos a fornecedores, tem mais dificuldade em ajudar quem mais precisa”.