Um estudo desenvolvido pela Australian Hearing prevê que uma em cada quatro pessoas vai sofrer de perda auditiva em 2050, o que irá duplicar o número de pessoas com deficiências auditivas até à data. Este resultado é consequência de um maior crescimento demográfico induzido pelo envelhecimento da população e devido, em grande parte, à incidência da diabetes e ao uso excessivo de headphones.

Atualmente, cerca de 600 milhões de pessoas sofrem de perda auditiva e, com o crescimento da população, a expectativa é de que esse número duplique para aproximadamente 1,2 mil milhões em 2050. Dados das Nações Unidas estimam que a população mundial irá atingir os 9.3 mil milhões nessa data, sendo esperado um maior crescimento de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.

A investigação defende ainda que a gravidade da perda auditiva não se vai alterar ao longo dos anos, sendo esperado que 66% dos afetados sofra de perda auditiva leve, 23% de perda auditiva moderada e 11% de perda auditiva grave. Os homens continuarão a ser mais afetados do que as mulheres, e as crianças irão sofrer um aumento para 11 mil em 2050.

"O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo que leva a alterações físicas e psicológicas que podem influenciar a capacidade de adaptação da pessoa, causando uma maior vulnerabilidade e maior incidência de problemas de saúde. E, perante o envelhecimento da população que estamos a presenciar, é essencial que se aposte nos cuidados preventivos de saúde", refere Pedro Paiva, audiologista da MiniSom.

"Para preservar a saúde auditiva é necessário realizar rastreios frequentes para que, caso existam problemas, sejam solucionados de forma rápida e eficiente. É premente ainda sensibilizar a população mais jovem sobre os perigos da exposição ao ruído em excesso para causar um trauma que, com o decorrer dos anos, pode levar a perda auditiva irreversível", acrescenta Pedro Paiva.