"O concelho de Peniche tem mais de 50% da população sem médico de família, assumindo uma inconcebível exceção no panorama da região Oeste Norte", revelou em nota de imprensa o município, que pede medidas urgentes do Ministério da Saúde face ao "agravamento" das condições de acesso aos cuidados de saúde no concelho.

Segundo a autarquia, existem "apenas sete médicos em funções” para os 27 mil utentes do concelho, “quando deviam ser 15".

As extensões de Ferrel e Serra d'el Rei estão sem médicos, obrigando os respetivos utentes a recorrerem ao Centro de Saúde da cidade para consultas de reforço, que são consideradas "insuficientes para as necessidades".

Questionada pela agência Lusa, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) esclareceu que o concelho perdeu quatro médicos no último ano, por motivos de aposentação, estando 14 mil utentes sem médico de família.

Para minimizar o problema, dos sete médicos que estão a fazer o internato no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Norte, um foi colocado em Peniche e o ACES está a contactar médicos reformados para voltarem a exercer.

A ARSLVT informou ainda que, em resultado de concursos, um dos quais está a decorrer e outro que deve ser aberto ainda este ano, deverão ser colocados entre três a quatro médicos no ACES Oeste Norte, se as vagas forem preenchidas.

No comunicado, o município pede "soluções de caráter estrutural" e não "de caráter meramente paliativo", mostrando-se descontente com a solução apresentada em dezembro pela ARSLVT.

Nessa altura, a ARSLVT previa a colocação de um médico em Ferrel e outros dois na Serra d'el Rei, cada um com consultas durante três horas por semana, além de um reforço dos cuidados primários com médicos internos e a colocação de um outro médico em regime de contratação de serviços.