16 de maio de 2014 - 15h44
O peditório nacional da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) arranca no sábado com o objetivo de recolher fundos que irão custear os programas de sensibilização e alerta à população para os riscos das doenças cardiovasculares.
A iniciativa, inserida na campanha “Mês de maio, mês do coração”, este ano dedicada aos idosos, com o tema “Nascido para ser Ativo”, decorre até 15 de maio em todo o país e conta com o apoio de voluntários que “estarão devidamente identificados”, adianta a FPC.
Em declarações à agência Lusa, Luís Negrão, médico responsável pela campanha, disse que os fundos recolhidos destinam-se a apoiar as diversas ações da FPC.
“A Fundação Portuguesa de Cardiologia é uma instituição privada de solidariedade sem fins lucrativos e todas as atividades que desenvolvemos, elaboramos e aplicamos no terreno para as pessoas são gratuitas”, disse Luís Negrão.
Por esta razão, a federação fica “sempre dependente de dinheiro” para pagar, por exemplo, a impressão de folhetos, de documentos e livros e para comprar equipamentos e materiais.
“Há coisas tão simples” que têm custos, como, por exemplo “o álcool, o algodão e o éter com que limpamos o dedo para medir o colesterol, tudo isso tem custos”, explicou o cardiologista.
Como a “Fundação tem despesas, mas não tem receitas próprias”, tem de “pedir a ajuda de terceiros” para poder continuar a “oferecer às pessoas alguma informação, algum material” e dar-lhes a “oportunidade de medirem a tensão arterial ou calcularem o seu índice de massa corporal com profissionais competentes”.
Sobre a contribuição dos portugueses, Luís Negrão disse que continuam a ser generosos, apesar das dificuldades que atravessam.
”O que temos verificado é que nestes períodos conturbados de crise económica e de crise social, a generosidade não deixa de existir, mas não tem a dimensão que habitualmente costuma ter”, adiantou.

Luís Negrão destacou também o “trabalho excelente” que os voluntários desenvolvem no terreno: “Ir para a rua e pedir não é fácil”.
Fazendo um balanço da campanha, criada há 25 anos, o cardiologista disse que esse balanço é dado pelos números: “A morte por doença cardiovascular tem vindo a diminuir”, assim como o consumo do tabaco, do sal.
“Vemos cada vez mais pessoas a praticarem exercício físico, a fazerem as suas caminhadas, as suas corridas, a adotarem uma alimentação um pouco mais saudável e a fugirem das patuscadas”, acrescentou.
“Desde que há ‘Mês de Maio, mês do coração’ as pessoas têm vindo a ficar preocupadas e alertadas para os problemas das doenças cardiovasculares que são evitáveis”.
“Isso é que tem vindo a mudar e faz com todas as campanhas de todos os anos sejam um sucesso”, frisou.
Todos os anos morrem cerca de 10.000 portugueses devido a ataques cardíacos, enquanto outros 20.000 sobrevivem a este evento “extremamente perigoso”, adianta a FPC.
Por outro lado, em cada hora que passa, cerca de cinco pessoas sofrem um acidente vascular cerebral, dos quais dois são mortais.
O AVC continua a ser principal causa de morte em Portugal e de incapacidade de longo prazo.
Já a insuficiência cardíaca afeta mais de 100.000 portugueses e está em “franco aumento”, sendo a principal causa de internamento hospitalar dos idosos
Por SAPO Saúde com Lusa