28 de janeiro de 2014 - 09h46
Cada vez mais mulheres escolhem hospitais privados para ter os filhos, pagando para tal preços que oscilam entre os 1.000 e os 6.000 mil euros, dependendo da zona do país, do tipo de parto e do tempo de internamento.
A conclusão é revelada na edição de fevereiro da revista Teste Saúde, da DECO, que inquiriu 21 instituições de saúde privadas, tendo obtido numa primeira fase apenas quatro respostas, e numa segunda fase 18, depois de ter voltado a inquirir as mesmas unidades de saúde, mas colocando-se no papel de uma grávida.
Segundo o estudo, é no norte que se praticam os preços mais baratos, como é o caso do Hospital da Venerável Irmandade de N.ª Sr.ª da Lapa, no Porto, onde um parto normal, com dois dias de internamento custa 1.000 euros.
Em Lisboa, o privado mais barato é o Hospital da Cruz Vermelha, onde o mesmo parto com o mesmo tempo de internamento custa 1.900 euros.
Entre os estabelecimentos mais caros, continua a ser em Lisboa que se praticam os preços mais elevados, com um parto normal a poder chegar aos 4.500 euros no Hospital dos Lusíadas, incluindo internamento.
O mesmo parto custa no Hospital da CUF do Porto 2.850 euros.
Quando há necessidade de realizar uma cesariana, os preços disparam, seja no mais barato - Hospital da Cruz Vermelha - onde o preço atinge os 2.900 euros, ou no mais caro – Hospital da Luz – onde o preço pode chegar aos 6.000 euros.
No Porto, verifica-se igualmente um aumento de preços nas cesarianas, embora sejam ainda assim mais baratos do que na capital: o Hospital da Venerável Irmandade de N.ª Sr.ª da Lapa cobra 2.000 euros por uma cesariana, custo que sobe para os 4.000 euros na CUF.

No Algarve, as instituições de saúde privadas também cobram valores elevados. No Hospital Privado do Algarve, em Portimão, um parto normal com dois dias de internamento custa 3.900 euros, enquanto uma cesariana pode chegar aos 5.500 euros.
A DECO destaca que no setor privado a percentagem de cesarianas realizadas “dispara”, quando comparada com os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), onde ainda assim, a prevalência de cesarianas realizadas entre 2004 e 2010 foi de 36%, “um valor muito acima da meta traçada pelo Plano Nacional de Saúde para 2010”.
Segundo a DECO, a maioria das mulheres que escolhe o privado fá-lo através de subsistemas ou seguros de saúde.
Quanto às razões mencionadas pelas mulheres para escolherem o privado, as principais foram a garantia de que seria o obstetra que acompanhou a gravidez a realizar o parto, a privacidade, os níveis de conforto e a presença constante de um acompanhante.
As que escolheram o serviço público apontam, para além do preço, as preocupações com a segurança e a existência de um serviço de cuidados intensivos.
Aliás, mesmo entre as que escolheram o privado, a existência de equipamentos especializados, a existência de urgência de neonatologia ou a proximidade de um hospital público com esta valência foram critérios que pesaram na escolha do local.
A DECO sublinha que três das entidades privadas contactadas – Hospital da Ordem da Trindade, no Porto, Hospital Privado de Guimarães e Clínica Médico-Cirurgica de Santa Tecla, em Braga – não esclareceram se tinham neonatologia.
SAPO Saúde com Lusa