A proposta do CDS-PP para criar uma rede de cuidados para pessoas com doenças graves e incuráveis foi ontem aprovada por unanimidade na Assembleia da República.

“Orgulhamo-nos bastante” pelo resultado conseguido, afirmara anteriormente, em conferência de imprensa, a deputada Isabel Galriça Neto, do CDS-PP, partido da coligação governamental que tinha como “bandeira” a criação da rede de cuidados paliativos, integrada no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Com a nova rede, desburocratiza-se o processo de admissão de doentes a precisar de tratamento, que necessitava de avaliação intermédia e agora passa a ser determinado pelos serviços médicos onde é assistido, disse.

Por esses entraves, “50 por cento dos doentes [que necessitam dos tratamentos] não chegavam a tempo” de receber os cuidados de que necessitavam, falecendo antes, afirmou a deputada aos jornalistas antes da votação.

“Os cuidados paliativos não são só para pessoas que estão a morrer, são também para quem tem doenças graves e incuráveis”, disse Isabel Galriça Neto.

A rede irá beneficiar de cerca de 60 mil doentes diretamente e de mais 180 mil pessoas indiretamente, quando contabilizados os familiares dos pacientes com doenças graves e incuráveis.

A estrutura irá ser criada nos hospitais e nos centros de saúde com condições para isso, e irá sendo autonomizada da atual rede de cuidados continuados. Incluirá também apoio domiciliário aos doentes que não precisem de internamento.

Outra vantagem, disse a deputada do partido mais à direita do Parlamento, é a poupança que resulta das alterações, que variará entre os 2.000 e os 4.000 euros por ano e por doente, embora tenha salvaguardado que essa “não é a principal razão”.

Isabel Galriça acrescentou que 20 a 25 por cento dos doentes internados nos hospitais precisam de cuidados paliativos e não tinham esse tipo de resposta.

“Um hospital com mais de 250 camas, sem cuidados paliativos, não é uma unidade de saúde moderna”, considerou a deputada.

26 de julho de 2012

@Lusa