O porta-voz do Movimento de Utentes da Saúde considera que seria uma “injustiça” o pagamento de taxas moderadoras pelas mulheres que interrompem a gravidez, posição que o presidente do Conselho de Ética disse “não achar mal”.

Para o porta-voz do Movimento Manuel Villas-Boas, a hipótese é “mais uma injustiça” que poderá vir a ser “cometida por este Governo”.

Apesar de sublinhar entender “perfeitamente que estamos em momento de crise”, Manuel Villas-Boas defende que é exatamente por isso “que devemos escolher bem aqueles que devem pagar a crise e nunca aqueles que não fizeram nada para essa crise e que têm menos possibilidades de a pagar”.

“Qualquer dia pagamos tudo. Já estamos a pagar aumentos das taxas moderadoras” e “cada dia vamos tendo conhecimento de mais medidas que vão contra os interesses dos utentes”, referiu.

O presidente do Conselho de Ética, Miguel Oliveira da Silva, disse ao jornal Público que “não acha mal” que as mulheres que interrompem a gravidez passem a pagar taxas moderadoras, lembrando que “também pagam quando vão a uma urgência”.

A questão será uma das que vai ser discutida na terça-feira, numa conferência organizada pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, na Ordem dos Médicos, no Porto.

Pagamento de taxas moderadoras por abortos criticado por Movimento dos Utentes

16 de maio de 2011

Fonte: Lusa/SAPO