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"Temos tido muitos pacientes, a média de atendimento diário no banco de urgência é de 90 pacientes e o défice da aquisição dos psicofármacos faz com que muita gente ainda saia de outros pontos do país para o nosso hospital. Nós fazemos tudo, apesar da crise para termos aqui os fármacos", disse a diretora-geral daquela unidade, Antónia de Sousa. A informação foi avançada à Lusa, após a reabilitação da área clínica do hospital, atualmente com 180 pacientes internados.

Segundo a responsável, o hospital que dirige apresenta atualmente "melhorias com a reabilitação" em curso dos edifícios e ainda a "ampliação dos serviços clínicos", como a pediatria e serviços para crianças com problemas na linguagem e atraso mental.

A diretora-geral do Hospital Psiquiátrico de Luanda revelou igualmente que, apesar das campanhas de sensibilização que a instituição promove e de algumas ações de reinserção familiar depois de cumpridas as fases de tratamento, continua a registar-se um elevado índice de abandono de pacientes. "Realmente ainda sentimos esse problema, de abandonos de pacientes. Notamos algumas famílias que veem ao hospital no banco de urgência e horas depois desaparecem, abandonam os seus familiares. Temos um registo de mais de 15 pacientes abandonados que precisam de ir para as suas famílias", acrescentou.

O hospital conta com nove médicos psiquiatras que dão resposta à procura que a unidade de saúde ainda apresenta. "O internamento antigamente variava entre 500 e 400 pacientes, mas com a revitalização dos serviços em 2013 houve uma grande viragem na área de psiquiatria e saúde mental, através da inserção de alguns quadros e ainda a ampliação da rede de saúde mental. Nesta altura, estamos com uma média de mais de 180 pacientes internados, porque tem havido muitos pacientes nas ruas, e então há uma orientação para o seu encaminhamento no nosso hospital", explicou.

De acordo com Antónia de Sousa, as psicoses orgânicas continuam a ser as grandes causas das ocorrências no banco de urgência do hospital seguido dos casos de álcool e drogas e depois as depressões. O Hospital Psiquiátrico de Luanda está vocacionado para o tratamento, prevenção e reinserção de pacientes com transtornos metais e alteração do comportamento.

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