A campanha de sensibilização, que decorre até dia 11 de novembro nas redes sociais, visa estimular a notificação de suspeitas de reações adversas junto dos profissionais de saúde e nas plataformas destinadas ao efeito, como a do Infarmed, e destina-se sobretudo aos utentes. Esta campanha também estará disponível nas plataformas das instituições do Serviço Nacional de Saúde e está integrada numa semana de sensibilização ao nível da União Europeia.

Como explica o Infarmed, “os medicamentos têm o potencial de tratar mas também comportam riscos” e apesar de os medicamentos autorizados e comercializados “serem seguros e eficazes, podem surgir reações adversas”. “Importa assim assegurar que os riscos associados à toma de medicamentos sejam compreendidos pelos doentes e comunicados aos profissionais de saúde”, alerta.

Após ser feito esse alerta, as entidades reguladoras tomam em consideração essa notificação, como forma de garantir a sua segurança. “Infelizmente, todos os países se deparam com a subnotificação, razão pela qual esta campanha é importante, tanto para sensibilizar a população e os profissionais de saúde como para dar mais consistência à informação, capaz de gerar mais e melhor conhecimento”, sublinha o Infarmed.

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Ainda assim, tem-se verificado um ligeiro aumento das notificações em Portugal nos últimos anos: Em 2012 houve um total de 3.104 notificações, 16 (0,5%) das quais partiram de utentes, em 2013 aquele número subiu para 4.618, 175 (3,8%) de utentes.

Em 2014 e 2015, chegaram às autoridades, respetivamente, 4.618 e 5.690 notificações, das quais 175 e 215 de utentes, que representam, em ambos os casos, 3,8% do total de notificações.

Já este ano, até 30 de setembro, foram notificadas 3.821 suspeitas de reações adversas, 251 das quais feitas por utentes, segundo dados do Infarmed, que alerta para o facto de o número de notificações feitas por utentes nos primeiros nove meses do ano já ultrapassou o total do ano anterior, representando um peso de 6,5% no total das notificações.

A campanha em curso centra-se numa animação - que pretende ilustrar o percurso dos doentes com suspeitas de reações adversas - que começa com uma toma de um medicamento, a que se segue uma reação adversa e termina a mostrar como as notificações feitas por doentes ou por profissionais de saúde junto da entidade reguladora irão beneficiar os pacientes no futuro.

Esta campanha, cujo principal objetivo é aumentar a consciência da população e dos profissionais de saúde para os sistemas de notificação de suspeitas de reações adversas em medicamentos, faz parte do projeto SCOPE - Strengthening Collaboration for Operating Pharmacovigilance in Europe (www.scopejointaction.eu) e conta com a participação de 22 países assim como da Agência Europeia do Medicamento.

O projeto tem como objetivo apoiar os Estados-membros da União Europeia no funcionamento dos seus sistemas de farmacovigilância, que ajudam a proteger a saúde pública. É financiado através de contribuições da Comissão Europeia e os Estados-Membros envolvidos.