As duas associações pretendem que, à semelhança do que o Governo decidiu em relação ao hospital do concelho de São João da Madeira, seja reaberta a urgência do Hospital de Ovar, que, alegam, serve maior número de utentes.

Na carta enviada ao ministro fazem a comparação com a decisão tomada em relação à reabertura da urgência de São João da Madeira, observando que o concelho vizinho “tem cerca de um terço da população do concelho de Ovar e fica a um terço de distância do Hospital de São Sebastião”, em Santa Maria da Feira, para onde atualmente são encaminhados os casos urgentes envolvendo ovarenses.

Acrescentam que falta uma rede de transportes públicos “capaz de dar resposta às necessidades da população” de Ovar que precisa de se deslocar ao Hospital de São Sebastião, sendo que “grande parte dela é envelhecida e de parcos recursos”.

“Preocupam-nos os transtornos infligidos aos doentes e aos acidentados aquando de deslocações para outros hospitais e acrescidos de muita delonga, com os doentes amontoados nas salas de espera e nos corredores das unidades hospitalares centrais superlotadas, como é o caso do Hospital de São Sebastião”, referem.

Fundamentando a pretensão, a Liga dos Amigos do Hospital e o Movimento Cívico de Ovar salientam que o concelho tem mais de 50 mil habitantes, “com um hospital que ao longo de várias décadas tem servido de forma exemplar não apenas a sua população, que na época balnear aumenta exponencialmente, mas também a população de algumas freguesias de concelhos a sul, como é o caso da Torreira, no concelho da Murtosa e de São Jacinto, do concelho de Aveiro”.

O Hospital de Ovar “contribuirá mais eficazmente para uma política de saúde de proximidade, mantendo as atuais valências, com reforço do serviço de cirurgia, que é de qualidade publicamente reconhecida, e reabrindo o serviço de Urgência Básica, com triagem, cuja funcionalidade e maior rapidez facilitará o encaminhamento do doente, sem necessidade de se submeter a um novo processo de atendimento, com sujeição a uma repetida e por vezes desumana espera”, defendem.

“Pugnamos por um serviço de saúde de proximidade, sem deixarmos de entender a importância que atualmente tem a concentração de meios humanos e técnicos de forma a maximizar os recursos disponíveis”, assinalam.

Escrevem na carta ao governante, em que manifestam igualmente preocupação quanto à possibilidade de serem retiradas valências ao Hospital de Ovar.

“Perdendo o Hospital Dr. Francisco Zagalo, em Ovar, qualquer das suas valências e não lhe sendo atribuído o atendimento permanente, o Estado não estará a cumprir com a sua importante tarefa”, salientam.